Santa Maria do Herval, a cidade que é berço da Kartoffelfest, a tradicional Festa da Batata, deu um passo importante para preservar sua rica herança cultural. O bolinho de batata, também conhecido como Kartofle Khichelcher, foi oficialmente declarado Patrimônio Histórico-Cultural Imaterial do município.
Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial
A deliciosa iguaria, que é um dos principais cartões-postais da culinária local, é fruto da tradição alemã que se enraizou em Santa Maria do Herval. A batata, ingrediente fundamental, é cultivada por cerca de 208 famílias de pequenos agricultores do município, que produzem anualmente entre 18 e 22 toneladas por hectare.
Símbolos da gastronomia Hervalense e da força da cultura alemã na região, o Bolinho de Batata se tornou Patrimônio Histórico-Cultural Imaterial do município, através da Lei N° 1.289, de 16 de outubro de 2024, aprovada por unanimidade pela Câmara de Vereadores.
Não pode faltar na mesa
De infância difícil no Norte do Brasil, a tocantinense Maria Pereira Barbosa, hoje com 47 anos, encontrou em Santa Maria do Herval sua vocação de vida: cozinhar. Ainda menina, chegou ao município em 1995, com 18 anos, onde trabalhou em fábricas de sapatos. Em 2008, resolveu investir em seu próprio negócio e, desde então, pode se “expressar através da comida”, como ela mesma conta.
Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial
Em seu restaurante, o Schwarz Maria, o público encontra todo tipo de comida caseira. E por mais completa que o buffet esteja, uma coisa não pode faltar: o bolinho de batata, é claro. “O bolinho é muito saboroso, tem cliente que vem buscando justamente ele. No início eu não fazia o bolinho de batata, mas as pessoas pediam e nós fomos aprimorando”, revela. “Então comecei a fazer uma vez por semana e em determinado dia, uma cliente veio de Gramado especialmente para comer o bolinho, mas naquele dia não tinha e ela ficou muito decepcionada. Perguntou como que nós não tínhamos se era tradicional da região. Aí eu vi que ela tinha razão e dali em diante comecei a fazer todos os dias”, acrescenta Maria.
O processo, segundo ela, é simples. Basta ser feito com atenção e carinho. “Eu inicio colocando a batata no processador para ralar e deixar uma massa fininha. Depois, misturo os ingredientes, como ovo, sal e tempero verde para o bolinho tradicional. Mas também podemos usar a criatividade para dar outros gostos, como linguiça”, explica.
Bolinho de batata não pode faltar no buffet
Dário Gonçalves/GES-Especial
Maria mostra como se faz um bom bolinho de batata
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Maria mostra como se faz um bom bolinho de batata
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Maria mostra como se faz um bom bolinho de batata
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Em seu restaurante, a batata também pode ser saboreada cozida, frita, em formato de nhoque, entre outras receitas. Mas somente para fazer o bolinho, Maria e o marido Jacob Sérgio Kolling, 61, usam diariamente pelo menos meio saco de batata. A quantidade aumenta nos finais de semana. “Uma porção pequena, para uma família, leva umas quatro batatas. Na hora de fritar, a gordura não pode estar nem muito fria, nem muito quente, que aí ele fica sequinho e muito saboroso”, conclui.
Importante para o turismo
De acordo com a prefeitura Mara Stoffel, instituir o bolinho de batata como Patrimônio Histórico-Cultural Imaterial de Santa Maria do Herval é de fundamental importância para o desenvolvimento e ampliação do turismo, e para a sensibilização cultural do município, principalmente na visibilidade do turismo gastronômico e no maior evento do município: a Kartoffelfest-Festa da Batata, onde o prato é o carro chefe da festividade.
“A declaração do bolinho de batata como Patrimônio Histórico-Cultural Imaterial é um reconhecimento à nossa rica herança cultural e à importância da gastronomia para o turismo local”, afirma a prefeita.
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