EXPODIRETO: Bicentenário da Imigração Alemã é destaque na feira

Em meio aos debates sobre agronegócio brasileiro que ocorrem na Expodireto Cotrijal, a imigração alemã também ganhou destaque. A feira, realizada nesta semana na cidade de Não-Me-Toque, na região Norte do Estado, recebeu nesta segunda-feira (4) o Painel 2024 - Ano do Bicentenário da Imigração Alemã, em palco nobre, no Pavilhão Internacional da Feira.

O evento contou com a presença do cônsul-geral da Alemanha em Porto Alegre, Marc Bogdahn, que pela primeira vez esteve em Não-Me-Toque. Bogdahn se disse surpreso com a ligação que descendentes dos primeiros imigrantes mantêm com o país dos antepassados.

"Aqui no Rio Grande do Sul, sempre me impressiona o número de pessoas que falam alemão, que têm ou mantêm um vínculo com a cultura alemã, e isso depois de cinco, seis ou sete gerações de imigração", destacou.

A coordenadora da Área Internacional da Expodireto Cotrijal, Melita Hickel, destacou a fusão cultural entre as duas culturas que se tornou única no Estado. "Olhar para o passado, ver que tudo isso foi uma construção para chegarmos onde chegamos hoje", disse.

Parcerias futuras

Bogdahn também ressaltou os novos acordos entre os dois países como uma prova de que a conexão entre Brasil e Alemanha segue acontecendo. “Nosso último grande encontro foi a reunião dos dois governos em Berlim, no dia 4 de dezembro de 2023, onde foram assinados muitos acordos bilaterais na área econômica, agrícola, ambiental, para fortalecer ainda mais essas relações”, destacou o cônsul, que ainda se mostrou favorável à assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia.

“A Alemanha é a favor da assinatura deste acordo, desde o início. As negociações continuam, sabemos que não são simples, mas esperamos e estamos otimistas de que esse acordo, no final das contas, vai vir à luz. E com isso esperamos a fortificação das relações tão boas entre o Brasil e a Alemanha, uma vez que o Brasil é o único parceiro estratégico da Alemanha na América Latina.” A oficialização do acordo vem sendo travada pelos agricultores europeus.

Melita, por sua vez, aproveitou para destacar como a imigração deixou um legado capaz de garantir essas negociações entre os dois países. “Criando uma cultura gaúcha mescla de alemão com brasileiro, deve ser visto como passos de um caminho que será muito mais longo ainda.”