INVESTIGAÇÃO
Bebê que recebeu leite na veia em vez de soro completa dois meses internado em hospital de Novo Hamburgo
Durante as enchentes, pais precisaram ficar em abrigo do Município
Última atualização: 22/05/2024 14:45
Um mês após ter recebido leite em fórmula na veia ao invés de soro, o pequeno Fagner Ravi dos Passos, que nasceu prematuro de 29 semanas, continua internado no Hospital Municipal de Novo Hamburgo (HMNH). A aplicação errada foi no dia 18 de abril e a técnica de enfermagem envolvida no caso foi afastada das funções. Uma sindicância está tramitando em sigilo.
A criança nasceu no dia 15 de março e completou dois meses na última quarta-feira (15). Conforme o HMNH, o bebê está na Unidade de Cuidados Intermediários da UTI Neonatal, sem a necessidade de acesso venoso. No entanto, ainda se alimenta por sonda, segundo a Fundação de Saúde de Novo Hamburgo, isso ocorre em casos de nascimentos prematuros.
Para a mãe de Fagner, Diulia Passos Magalhães, 34 anos, o filho se recupera bem “na medida do possível”. Moradora de Venâncio Aires, Diulia foi transferida para o hospital Novo Hamburgo há dois meses e o bebê nasceu no Vale do Sinos. Desde então os pais do bebê se dividem entre o interior do Estado e o HMNH.
A mãe conta que enquanto a cidade ficou isolada por conta dos alagamentos, ela e o marido precisaram de acolhimento no abrigo da Fenac preparado para pessoas atingidas pela enchente. “Foi o possível para acompanhar o tratamento.” Em contato com a reportagem nesta quarta-feira (22), Diulia afirmou que agora consegue ir e voltar de Venâncio Aires.
“Venho para Novo Hamburgo um dia sim e outro não”, completa. Enquanto isso, Fagner se recupera à espera da alta médica. “Ainda não nos deram previsão”, completa. "Ele está com 2,4 quilos. Só que ele anda com a respiração muito acelerada e cansa muito para mamar pela boca", finaliza.
Investigação da Polícia Civil
O caso de negligência é investigado pela Polícia Civil. Conforme o delegado Tarcísio Kaltbach, todos os envolvidos já prestaram depoimento. O responsável pela 1º DP de Novo Hamburgo explica que segue aguardando o laudo da perícia realizada na substância injetada no bebê.
“Estamos esperando a conclusão da perícia. O fato do Instituto-Geral de Perícias estar sem sistema deve causar o atraso dessa remessa”, completa o delegado.