Um mês após ter recebido leite em fórmula na veia ao invés de soro, o pequeno Fagner Ravi dos Passos, que nasceu prematuro de 29 semanas, continua internado no Hospital Municipal de Novo Hamburgo (HMNH). A aplicação errada foi no dia 18 de abril e a técnica de enfermagem envolvida no caso foi afastada das funções. Uma sindicância está tramitando em sigilo.
A criança nasceu no dia 15 de março e completou dois meses na última quarta-feira (15). Conforme o HMNH, o bebê está na Unidade de Cuidados Intermediários da UTI Neonatal, sem a necessidade de acesso venoso. No entanto, ainda se alimenta por sonda, segundo a Fundação de Saúde de Novo Hamburgo, isso ocorre em casos de nascimentos prematuros.
Para a mãe de Fagner, Diulia Passos Magalhães, 34 anos, o filho se recupera bem “na medida do possível”. Moradora de Venâncio Aires, Diulia foi transferida para o hospital Novo Hamburgo há dois meses e o bebê nasceu no Vale do Sinos. Desde então os pais do bebê se dividem entre o interior do Estado e o HMNH.
A mãe conta que enquanto a cidade ficou isolada por conta dos alagamentos, ela e o marido precisaram de acolhimento no abrigo da Fenac preparado para pessoas atingidas pela enchente. “Foi o possível para acompanhar o tratamento.” Em contato com a reportagem nesta quarta-feira (22), Diulia afirmou que agora consegue ir e voltar de Venâncio Aires.
“Venho para Novo Hamburgo um dia sim e outro não”, completa. Enquanto isso, Fagner se recupera à espera da alta médica. “Ainda não nos deram previsão”, completa. “Ele está com 2,4 quilos. Só que ele anda com a respiração muito acelerada e cansa muito para mamar pela boca”, finaliza.
Investigação da Polícia Civil
O caso de negligência é investigado pela Polícia Civil. Conforme o delegado Tarcísio Kaltbach, todos os envolvidos já prestaram depoimento. O responsável pela 1º DP de Novo Hamburgo explica que segue aguardando o laudo da perícia realizada na substância injetada no bebê.
“Estamos esperando a conclusão da perícia. O fato do Instituto-Geral de Perícias estar sem sistema deve causar o atraso dessa remessa”, completa o delegado.
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