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SAPUCAIA DO SUL

Como está o bebê que foi levado para hospital de Porto Alegre de helicóptero durante enchente

Com apenas dois meses, o pequeno Thales precisou desafiar a calamidade para buscar a cura em maio

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Publicado em: 12/06/2024 às 08h:33 Última atualização: 12/06/2024 às 09h:52
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Thales Lorenzo de Matos nasceu no Hospital Municipal Getúlio Vargas (HMGV), em Sapucaia do Sul, no dia 4 de março de 2024. De parto normal, ele veio ao mundo cheio de saúde, com 3,1 quilos e medindo 47 centímetros. Exatamente dois meses depois, ele precisou voltar à unidade de saúde.

Diagnosticado com bronquiolite, que em seguida passou a grave, o menino necessitou de cuidados especiais e suporte ventilatório (intubação). Causada por um vírus, a doença atinge apenas bebês, atacando os pulmões e dificultando a entrada e saída de ar.

Com apenas dois meses, o pequeno Thales precisou desafiar a calamidade para buscar a cura em maio



Com apenas dois meses, o pequeno Thales precisou desafiar a calamidade para buscar a cura em maio

Foto: Rogério Carbonera/ Hospital Getúlio Vargas

Como não respondia ao tratamento ministrado, após cinco dias no hospital, a saída passou a ser a transferência para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. Requisitado leito pela Regulação Estadual, a vaga disponível apareceu na Santa Casa de Porto Alegre, após dois dias angustiantes de espera. Com as estradas usuais interrompidas para o deslocamento à capital devido às enchentes, o bebê sofreria demais pelo caminho alternativo, via RS-118, pois seriam necessárias aproximadamente quatro horas para vencer o percurso.

Assim, a possibilidade passou a ser o deslocamento aéreo. Em uma luta contra o tempo, que envolveu a Secretaria Municipal de Saúde e a Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV), um helicóptero foi disponibilizado na manhã de quarta-feira, 8 de maio. Uma aeronave da Polícia Militar de São Paulo, que se encontrava no Estado auxiliando no enfrentamento à calamidade pública, pousou em Sapucaia do Sul próximo ao meio-dia.

Imediatamente, uma ambulância com suporte avançado do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), com médico e enfermeiro, transportou o pequeno Thales até o campo do Garra Futebol Clube, localizado no bairro Cohab, a dois quilômetros do hospital. Com todos os cuidados médicos e de segurança que a situação exigia, o bebê foi transferido da ambulância para o helicóptero, decolando em busca da cura às 12h23. 

Angústia e confiança

Tais Elizandra Kappaun, a mãe de primeira viagem, sofria com cada minuto de espera. Angustiada, acompanhou o filho do hospital até a aeronave, quando precisou se separar dele, pois não havia espaço para mais uma pessoa no voo.

De Sapucaia, a aeronave se deslocou até o Comando do Corpo de Bombeiros da capital, localizado no bairro Rio Branco. De lá, novamente de ambulância, Thales foi levado até a Santa Casa, onde foi internado na UTI Neonatal por volta das 13h30. Enquanto isso, a mãe aguardava a volta do helicóptero para apanhá-la. “São horas de aflição e momentos assustadores, mas estamos lutando pela vidinha dele”, disse Tais, antes de completar: “Ele é forte e vai vencer.”

Fé na superação

As três longas semanas foram vencidas por Taís e o marido, Mateus, entre corredores do Hospital da Criança Santo Antônio, rápidas visitas ao filho na UTI e noites mal dormidas dentro do carro, no estacionamento da Santa Casa. Nem a ida de Thales para o quarto trouxe alívio, pois o bebê ainda precisou vencer uma pneumonia, uma enterocolite e uma bactéria na traqueia.

Taís aliviada com o filho em casa



Taís aliviada com o filho em casa

Foto: Rogério Carbonera/ Hospital Getúlio Vargas

“Vulnerável e impotente me senti durante 14 dias”, contou a aliviada mãe nesta semana, já no conforto do lar. O período de UTI, com o filho intubado e em constantes intercorrências foi o momento mais difícil segundo ela, pois nem o colo podia oferecer.

Questionada se nunca perdeu as esperanças, ela agradece a quem esteve ao seu lado, em presença ou pensamento. “A equipe da Pediatria do hospital de Sapucaia que me acolheu no momento mais difícil, em especial a fisioterapeuta Fernanda. Também as pessoas que sequer conheço, que fizeram correntes de orações em várias partes do país, pois dividia minhas aflições pelo Instagram”, diz.

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