O paradão atrás da estação São Leopoldo da Trensurb reuniu dezenas de pessoas para a última edição do ano da Batalha São Hell de Hip Hop, neste domingo (10). O evento, tradicional da juventude da cidade, ocorre há 8 anos promovendo a cultura das rimas de improviso, de forma aberta e gratuita. No total, mais de 60 MCs de 33 municípios gaúchos participaram desta edição.
Foto: Priscila Carvalho/GES-Especial
Presidente do Conselho de Cultura de São Leopoldo, Braian Gehlen explicou que a Batalha São Hell é um espaço que congrega os elementos do hip hop e que se tornou também um projeto de viés social, sendo inserido nas escolas, chegando à associações de bairro e ONGs, descentralizando as ações para outros pontos da cidade.
Ele também destacou grandes conquistas da ação neste ano, como o lançamento de MCs para fora do Estado. “Estamos com esse momento único de fomentar MC’s que estão indo pra fora, levando o nome do Rio Grande do Sul, o que pra nós é um orgulho muito grande”, disse, citando ainda a escolha de São Leopoldo com uma das cidades-sede no Estado para as celebrações dos 50 anos do hip hop mundial. “Estamos nos tornando realmente uma referência a partir do Batalha São Hell”.
Além da disputa entre os MCs participantes, o espaço também reúne comércio de artigos da cultura e de alimentação. Destaque nessa edição, uma ação social foi feita e participantes adotaram 18 cartinhas de crianças e jovens acolhidos na Associação Isaura Maia. “No dia 21, vamos levar uma batalha de hip hop para dentro da instituição, fazer um evento com lanches, brinquedos e distribuir os presentes”.
Gehlen salientou ainda a diversidade de público que prestigia os eventos e disse que a cultura está num processo de descriminalização e hostilidade sobre os praticantes por parte da sociedade. “O hip hop é cultura de paz, respeito e união.”
Proporcionar espetáculo
Participante da batalha há anos, Marco Antônio de Fraga Viaro, o Mot, 23 anos, foi um dos MCs que rimou na edição de ontem. Ele comentou sobre a proporção que a Batalha São Hell tomou, sendo fora da capital gaúcha, e se sobressaindo muito, especialmente após a pandemia.
“Hoje é a maior batalha do Estado, ninguém questiona isso. Ela está num patamar muito acima”. Ele também analisou que o público que busca o evento gosta de ver rimas, por isso, vê na São Hell um espetáculo. “Eu, como MC, venho e penso que tenho que fazer um espetáculo. Não posso só chegar e fazer uma rima, tenho que proporcionar um espetáculo porque é isso que as pessoas estão querendo ver.
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