SÃO LEOPOLDO

Banda Municipal Estudantil retoma ensaios pós-enchentes de olho na estreia

Projeto desenvolvido no contraturno escolar beneficia cerca de 180 alunos da rede municipal de São Leopoldo

Publicado em: 17/07/2024 08:27
Última atualização: 17/07/2024 08:27

As enchentes de maio podem ter atrasado a estreia da Banda Municipal Estudantil de São Leopoldo, mas não tiraram dos integrantes o brilho nos olhos e a expectativa de mostrar para o grande público o resultado do trabalho desenvolvido desde o ano passado na cidade. O projeto de formação da banda integra o Programa Mais Educa São Léo e beneficia 180 estudantes de 20 escolas da Rede Municipal de ensino.

Projeto desenvolvido no contraturno escolar beneficia cerca de 180 alunos da rede municipal de São Leopoldo Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial

As aulas de música acontecem de segunda a quinta-feira na Faculdades EST, no contraturno escolar. O transporte dos alunos da escola onde estudam até o local dos ensaios é feito por um ônibus da Prefeitura. A banda, que é equipada com instrumentos de sopros como metais e madeiras, teclas e percussão, conta, além dos músicos, também com corpo coreográfico, pelotão de bandeiras e baliza.

A primeira apresentação do grupo estava prevista para ocorrer neste mês, durante a programação da São Leopoldo Fest pelo Bicentenário da Imigração Alemã na cidade. A data da festa foi adiada por conta da cheia. “Ainda não tivemos a nossa estreia, mas a expectativa para este dia está muito grande. Agora estamos nos preparando para os desfiles de setembro e para a nossa participação no festival de artes do Município”, comenta o maestro regente da banda, Lucas Atkinson. Conforme ele, para integrar o projeto o estudante precisa ter idade mínima de 12 anos. A iniciativa compreende, inclusive, adultos, alunos do EJA.

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“Muitos falam que têm o desejo de serem músicos e é visível a evolução da banda. Como temos profissionais para cada naipe, o ensino é facilitado e mais ágil, e conseguimos ter uma visão bem clara do progresso deles”, destaca Atkinson. Conforme o regente, a escolha pelo instrumento desejado parte de cada estudante. “Além de servir como incentivo para a carreira musical, o projeto agrega a eles outras questões como a vivência com pessoas de diferentes realidades e a disciplina”, analisa o maestro.

Amanda optou pelo sax 

Estudante do 8º ano na Escola Paulo Couto, a moradora do bairro Arroio da Manteiga, Amanda Gonçalves Hippler, 13 anos, passou a integrar o projeto em abril. Mesmo sem ter nenhuma noção prévia de música, a menina diz estar se saindo bem nas aulas. Na banda, ela toca sax tenor.

Amanda Gonçalves Hippler escolheu tocar sax tenor Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial

“Meu tio toca violão e sempre gostei de ver ele tocar. Além disso, sempre gostei muito de cantar, desde criança. Às vezes ainda me confundo um pouco na aula, mas estou gostando. Acho que vai ser muito legal quando todos nós conseguirmos aprender tudo bem certinho. Vai ficar muito bom”, diz.

Recomeço

Após as enchentes que devastaram parte de São Leopoldo, inclusive escolas e casas de muitos dos integrantes da banda, os ensaios voltaram a ser realizados neste mês. Um levantamento dos danos causados aos equipamentos da banda, constatou que somente dois instrumentos foram perdidos com os alagamentos, dois clarinetes. A maioria dos estudantes que foram atingidos, conseguiram levar os instrumentos consigo ao sair de suas casas. Para possam ensaiar, a Secretaria Municipal de Educação (Smed) autoriza que os estudantes levem os instrumentos para casa.

Titular da Smed, a secretária Renata de Matos, comemorou a volta dos ensaios. “Neste momento de reconstrução da cidade, poder iniciar este retorno com música para nós é esperançar no sentido mais concreto da palavra, é vivenciar a alegria, a arte, o prazer de existir neste mundo para transformar e melhorar”, diz.

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Para ela, a participação no projeto traz inúmeros benefícios aos estudantes da rede. “Música é sempre importante. A cultura e a arte são instrumentos da humanidade que além de humanizar as pessoas, fortalece vínculos, estimula desenvolvimento cognitivo e nos torna cidadãos melhores”, avalia.

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