COMBUSTÍVEL
Baixa do preço do diesel não deve ser imediata nos postos
Sindicato aponta que a redução nas bombas pode levar mais dias devido a estoque do combustível
Última atualização: 23/01/2024 12:53
Anunciada pela Petrobras nesta terça-feira, a redução de R$ 0,40 no preço do diesel deve demorar pelo menos alguns dias para ser sentida pelo consumidor. Isso é o que projeta o Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Estado do Rio Grande do Sul (Sulpetro).
O combustível é utilizado em ônibus e caminhões, e seu preço tem um impacto direto no custo de fretes e do transporte público. A decisão da companhia foi reduzir o valor cobrado das distribuidoras, que era de R$ 4,50 por litro e partir de hoje será de R$ 4,10.
Segundo o presidente da Sulpetro, João Carlos Dal'Aqua, a redução anunciada pela Petrobras tem um impacto inicial nas distribuidoras, mas demora um pouco mais para chegar aos postos de combustíveis. "A Petrobras faz as alterações para as distribuidoras, e elas por sua vez fazem os repasses aos postos."
Segundo ele, as baixas nos preços levam alguns dias porque, entre outros fatores, dependem dos estoques de distribuidoras e postos. "Se o posto está com muito produto não sei quanto tempo ele vai levar para desovar isso, ou se está com pouco produto e já consegue adquirir amanhã com uma redução, mas não é mágico, a Petrobras anuncia e vai acontecer no dia seguinte, geralmente tem uma certa acomodação por esse degrau da distribuidora."
Outro fator que interfere na composição do preço é a mistura de biodiesel, que compõe 8,6% do combustível. Atualmente, o diesel sofreu com inúmeras altas, e desde a metade do ano passado está, pela primeira vez, mais alto do que a gasolina.
Em sete postos de Novo Hamburgo visitados pela reportagem, o valor cobrado variou entre R$ 5,66 no mais barato, localizado na Avenida Sete de Setembro, até R$ 6,49 no mais caro, na Avenida Pedro Adams Filho.
Mudança na política
Para Dal'Aqua, a redução no diesel pode demonstrar uma mudança na política de preços da Petrobras, embora isso ainda seja incerto. Desde 2016 o Brasil adota a política de Preço de Paridade de Importação (PPI). Empossado como presidente da estatal em janeiro, Jean Paul Prates sempre foi um crítico do modelo.
Para Dal'Aqua, o Brasil não poderá abrir totalmente mão das oscilações internacionais para definir os preços, mas reconhece que o governo pode adotar medidas de contenção. "Talvez possam fazer nesse período de volatilidade maior um colchão de amortecimento."
Consumidor está pouco otimista
Trabalhador do setor de transportes, Anderson Dallmann tem sentido o impacto da alta do diesel no seu dia a dia. Seu gasto médio com o combustível para manter o caminhão com o qual trabalha com transporte gira entre R$ 7 mil e R$ 8 mil mensais, prejudicando diretamente seu negócio. "O diesel é quase que 50% do meu faturamento, nunca vi tão caro e passar da gasolina é uma coisa meio absurda."
Mas a notícia de redução no preço do combustível na ponta não lhe anima, pois Dallmann desconfia que isso nem chegará ao consumidor final. "Eu não acredito que vai chegar na bomba esse valor, até chegar periga ter outro aumento e igualar tudo." Ontem ele conseguiu encontrar um posto em Novo Hamburgo que o diesel custava R$ 5,66 o litro, valor mais barato encontrado pela reportagem na cidade.
Mais otimista, Dal'Aqua garante que o valor chegará aos clientes e aponta para o fato de essa redução ter impacto direto em toda a economia. Ele ainda lembra que o diesel seguirá com algumas isenções de impostos em 2023. "Não vai sofrer o impacto do PIS e Cofins agora em fevereiro, porque a isenção para ele vai até o fim do ano."
Anunciada pela Petrobras nesta terça-feira, a redução de R$ 0,40 no preço do diesel deve demorar pelo menos alguns dias para ser sentida pelo consumidor. Isso é o que projeta o Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Estado do Rio Grande do Sul (Sulpetro).
O combustível é utilizado em ônibus e caminhões, e seu preço tem um impacto direto no custo de fretes e do transporte público. A decisão da companhia foi reduzir o valor cobrado das distribuidoras, que era de R$ 4,50 por litro e partir de hoje será de R$ 4,10.
Segundo o presidente da Sulpetro, João Carlos Dal'Aqua, a redução anunciada pela Petrobras tem um impacto inicial nas distribuidoras, mas demora um pouco mais para chegar aos postos de combustíveis. "A Petrobras faz as alterações para as distribuidoras, e elas por sua vez fazem os repasses aos postos."
Segundo ele, as baixas nos preços levam alguns dias porque, entre outros fatores, dependem dos estoques de distribuidoras e postos. "Se o posto está com muito produto não sei quanto tempo ele vai levar para desovar isso, ou se está com pouco produto e já consegue adquirir amanhã com uma redução, mas não é mágico, a Petrobras anuncia e vai acontecer no dia seguinte, geralmente tem uma certa acomodação por esse degrau da distribuidora."
Outro fator que interfere na composição do preço é a mistura de biodiesel, que compõe 8,6% do combustível. Atualmente, o diesel sofreu com inúmeras altas, e desde a metade do ano passado está, pela primeira vez, mais alto do que a gasolina.
Em sete postos de Novo Hamburgo visitados pela reportagem, o valor cobrado variou entre R$ 5,66 no mais barato, localizado na Avenida Sete de Setembro, até R$ 6,49 no mais caro, na Avenida Pedro Adams Filho.
Mudança na política
Para Dal'Aqua, a redução no diesel pode demonstrar uma mudança na política de preços da Petrobras, embora isso ainda seja incerto. Desde 2016 o Brasil adota a política de Preço de Paridade de Importação (PPI). Empossado como presidente da estatal em janeiro, Jean Paul Prates sempre foi um crítico do modelo.
Para Dal'Aqua, o Brasil não poderá abrir totalmente mão das oscilações internacionais para definir os preços, mas reconhece que o governo pode adotar medidas de contenção. "Talvez possam fazer nesse período de volatilidade maior um colchão de amortecimento."
Consumidor está pouco otimista
Trabalhador do setor de transportes, Anderson Dallmann tem sentido o impacto da alta do diesel no seu dia a dia. Seu gasto médio com o combustível para manter o caminhão com o qual trabalha com transporte gira entre R$ 7 mil e R$ 8 mil mensais, prejudicando diretamente seu negócio. "O diesel é quase que 50% do meu faturamento, nunca vi tão caro e passar da gasolina é uma coisa meio absurda."
Mas a notícia de redução no preço do combustível na ponta não lhe anima, pois Dallmann desconfia que isso nem chegará ao consumidor final. "Eu não acredito que vai chegar na bomba esse valor, até chegar periga ter outro aumento e igualar tudo." Ontem ele conseguiu encontrar um posto em Novo Hamburgo que o diesel custava R$ 5,66 o litro, valor mais barato encontrado pela reportagem na cidade.
Mais otimista, Dal'Aqua garante que o valor chegará aos clientes e aponta para o fato de essa redução ter impacto direto em toda a economia. Ele ainda lembra que o diesel seguirá com algumas isenções de impostos em 2023. "Não vai sofrer o impacto do PIS e Cofins agora em fevereiro, porque a isenção para ele vai até o fim do ano."
O combustível é utilizado em ônibus e caminhões, e seu preço tem um impacto direto no custo de fretes e do transporte público. A decisão da companhia foi reduzir o valor cobrado das distribuidoras, que era de R$ 4,50 por litro e partir de hoje será de R$ 4,10.
Segundo o presidente da Sulpetro, João Carlos Dal'Aqua, a redução anunciada pela Petrobras tem um impacto inicial nas distribuidoras, mas demora um pouco mais para chegar aos postos de combustíveis. "A Petrobras faz as alterações para as distribuidoras, e elas por sua vez fazem os repasses aos postos."