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Bairros de São Leopoldo enfrentam falta de água desde quinta-feira; veja o que diz o Semae

Em algumas localidades, a água voltou às torneiras somente na manhã desta segunda-feira (18)

Publicado em: 18/12/2023 12:26
Última atualização: 18/12/2023 13:19

Os dias de calor intenso foram também de torneiras secas em bairros de São Leopoldo. Em algumas localidades, como o Bairro Campestre/Vila Nova, a falta de água teve início ainda na quinta-feira (14). Somente entre a madrugada de domingo (17) e a manhã desta segunda-feira (18), segundo os moradores, é que a água começou a voltar.

Bairros seguem sem água Foto: Pixabay

Moradora da Avenida Oscar Uebel, a autônoma Danielle Yeda Gross Wallendorff, 33 anos, conta que a baixa pressão da água no bairro é recorrente e que nos finais de semana normalmente há desabastecimento. “De uns tempos para cá tinha normalizado, porque antes era lei, sempre faltava água no sábado. Para tomar banho e dar conta do serviço da casa só depois das 22 horas, quando a caixa enchia”, comenta. Desta vez, na casa de Danielle, foram quatro dias seguidos sem água. “Não tivemos reabastecimento nem à noite. Somente hoje pela manhã é que percebi que a caixa estavam começando a encher”, diz.

Também moradora do bairro, a dona de casa Andreia Rodrigues, 49 anos, precisou improvisar. “Fomos tomar banho na casa da minha mãe, em Sapucaia. Aproveitei e trouxe de lá alguns baldes de água para usar no banheiro e também para lavar a louça. Para cozinhar, tive de comprar água mineral. Foi um sufoco, além do gasto extra com o deslocamento até a mãe e as compras de água”, comenta. De acordo com o Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae), o problema foi causado pela queda de energia na quinta-feira (14) nas unidades de reservação que ficam no bairro Campestre Orpheu. Conforme a autarquia, até que a energia foi restabelecida, os reservatórios secaram.

Conforme o Semae, o abastecimento para o Campestre Orpheu e parte da Vila Nova é realizado com o auxílio de motobombas e as mesmas só operam quando esses reservatórios estão com níveis acima de 45%. Desde sexta-feira, equipes trabalham para recuperar os níveis desse reservatório, o que tem sido dificultado devido ao alto consumo.

O mesmo problema teria ocorrido, também, nas unidades de reservação que ficam localizadas na Vila Baum neste domingo, impactando a Vila Baum, Jardim Luciana e Boa Vista. Os níveis dos reservatórios são controlados pela Central de Controle de Operação 24 horas por dia e, segundo a Assessoria de Comunicação do Semae, na manhã desta segunda-feira, todos os reservatórios estavam recuperados.

Sem risco de racionamento

A situação de dias seguidos sem água nas torneiras fez com que alguns moradores relembrassem o drama do racionamento, vivido na cidade há 11 anos. “Tenho pânico só de pensar em voltar a termos racionamento. Foi um período horrível”, recorda o mecânico Joel Wink, 40. Diretor-geral do Semae, Geison Freitas, garante que não há risco para racionamento. No entanto, ele frisa a necessidade de colaboração de toda a população por meio do uso racional da água.

“Não há risco de racionamento. Já enfrentamos outras crises hídricas no ano passado, quando mais de 300 cidades do Estado fizeram anúncio de situação de emergência em razão da seca e o Semae continuou abastecendo a cidade em razão do grande investimento dos últimos anos na captação e distribuição de água”, tranquiliza.

“Já prevendo o consumo excessivo nos dias de calor e que acabou ocasionando a falta de água nos bairros mais altos e mais distantes, vamos lançar uma campanha para o uso racional da água. Porque pessoas que moram na parte baixa e que estão abastecidas, tem que ter cuidado, já que se não fizerem o uso racional da água, as partes altas ficarão desabastecidas. Por isso, pedimos para que as pessoas não lavem calçadas e carros, não encham piscinas e não deixem as crianças tomando banho de mangueira. Que usem água de forma racional também na hora do banho e de lavar a louça. Precisamos da colaboração de toda a cidade”, frisa.

Projetos beneficiarão partes altas da cidade

De acordo com Freitas, a autarquia conta com projetos que deverão resolver os problemas enfrentados por moradores das partes mais altas e distantes de São Leopoldo. “Já protocolamos R$670 milhões no PAC este ano em projetos para a parte alta do campestre Orpheu e da Vila Nova. Protocolamos uma nova adutora de abastecimento e um grande reservatório que vai fazer com que o bairro não fique desabastecido. E para a parte alta da Zona Norte, da Vila Baum Jardim Luciana e Boa Vista, além da nova adutora, ainda três grandes reservatórios”, diz. Conhecemos o problema, temos projeto, temos a área já adquirida e estamos buscando recurso no Governo Federal”, completa.  

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