MEIO AMBIENTE
Avaliação aponta melhora na qualidade da água do Rio dos Sinos na região
Resultado inédito envolve a medição no Programa de Monitoramento Espacial do Pró-Sinos
Última atualização: 25/01/2024 09:29
O Consórcio Pró-Sinos divulgou nesta semana os dados de janeiro do Programa de Monitoramento Espacial, ferramenta que avalia as condições das águas do Rio dos Sinos em 24 pontos. Mesmo que momentânea, surgiu uma boa surpresa. O levantamento mostra a habitual diferença de valores na qualidade da água entre as porções 1, mais próximo da nascente, e 2 da bacia. E os dados indicaram uma diferença: o ponto 20, na porção 2, em Sapucaia do Sul, área densamente habitada e com lançamento de esgotos não tratados, apresentou boa qualidade, resultado inédito desde o início da medição.
"É realmente um resultado surpreendente. Mas já se observou que o período de estiagem prolongada traz uma leve melhoria na qualidade da água porque o esgoto produzido nas cidades escoa menos para o rio. Boa parte fica retida nas tubulações e arroios que, por estarem com pouca água, também têm menor capacidade de transportar a massa de esgotos", enfatiza diretor-técnico do consórcio, Hener de Souza Nunes Júnior.
Partículas
Segundo ele, também, sem chuvas, não existe o transporte da poeira precipitada sobre o solo, constituída de partículas variadas. "Isso diminui bastante a turbidez das águas e a contaminação do rio em geral. Não posso afirmar isso como uma evidência experimental e quantificada, mas é uma inferência razoável, resultado da observação."
Hener explica ainda que também se observa que, após uma chuva de verão, com grande volume e pouco tempo, formam-se enxurradas capazes de transportar todos esses fatores poluentes. "Eles chegam ao leito do rio num curto espaço de tempo e são recebidos por uma massa de água relativamente pequena (por causa da estiagem). Então se observa uma súbita piora das condições da água. É o que possivelmente ocorreu após a chuva da terça-feira da semana passada e que causou a morte de alguns peixes, observada no trecho que passa em Campo Bom."
Mensalmente, o Pró-Sinos monitora nove parâmetros de qualidade da água nos pontos representativos da Bacia do Rio dos Sinos. A partir desses parâmetros - Coliformes Termotolerantes, pH, Nitrogênio, Fósforo, Oxigênio Dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio, Temperatura, Turbidez e Sólidos Totais - é calculado o Índice da Qualidade da Água (IQA), número que permite uma avaliação genérica, mas significativa das condições da água.
Boa qualidade já é motivo de satisfação
Hener destaca que em janeiro deste ano foi constatada uma boa qualidade nos pontos da Porção 1. “O IQA calculado manteve-se com bons valores. O resultado pode ser atribuído à manutenção de uma vazão regular, adequada para o período do ano, mas pequena devido à estiagem.” Segundo ele, o pequeno volume de chuvas faz com que os pontos mais próximos das nascentes apresentem uma boa qualidade: P1, P2, P6, P9, P11 e P12, todos na região denominada Alto Sinos. Os demais pontos da Porção 1, complementa o diretor, apresentam qualidade “regular” da água, transparecendo o efeito dos esgotos urbanos, lançados sem tratamento nos cursos de água, à medida que estes passam pelas regiões mais densamente ocupadas.
Já na segunda porção, que envolve Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Esteio, por exemplo, a qualidade da água apresentou oscilações. E, claro, a surpresa, reforça o diretor, no P20, em Sapucaia do Sul, onde registrou-se uma boa qualidade (IQA levemente acima de 70), o que já é motivo de satisfação. Já nos pontos monitorados pela Prefeitura de Esteio, os valores de IQA também apresentaram comportamento regular.
Informações para tomadas de decisão e também ações
O Índice da Qualidade da Água é avaliado em uma escala que varia de zero a cem, sendo os valores mais baixos indicativos de uma qualidade muito ruim e valores mais altos, indicativos de boa qualidade, como apareceu em Sapucaia do Sul. A equipe técnica do Pró-Sinos acompanha esses dados mensalmente, pois são informações relevantes, que podem servir de alerta e apoiar tomadas de decisão e ações. O mapa interativo, assim como os relatórios de monitoramento, pode ser visualizado no portal fortalezatec.com.br/prosinos.
Situação momentânea e o comportamento da água
“Possivelmente o resultado positivo (na porção 2) se deu por uma soma momentânea de fatores favoráveis, compensada, logo em seguida por uma piora. Realizamos as medidas no início do mês de janeiro. Como não monitoramos permanentemente a qualidade da água, não se pode demonstrar isso com medições e números. Mas a ocorrência de peixes mortos após a chuva do dia 14 sugere que possa ser essa a maneira como a qualidade da água se comporta”, enfatiza Hener de Souza.
“Olhando o conjunto dos pontos do monitoramento se percebe uma situação razoável na maior parte da bacia, embora as regiões com maior população apresentem acentuada queda na qualidade da água”, completa, lembrando que o monitoramento em pontos representativos do Sinos foi iniciado em setembro de 2019.
O Consórcio Pró-Sinos divulgou nesta semana os dados de janeiro do Programa de Monitoramento Espacial, ferramenta que avalia as condições das águas do Rio dos Sinos em 24 pontos. Mesmo que momentânea, surgiu uma boa surpresa. O levantamento mostra a habitual diferença de valores na qualidade da água entre as porções 1, mais próximo da nascente, e 2 da bacia. E os dados indicaram uma diferença: o ponto 20, na porção 2, em Sapucaia do Sul, área densamente habitada e com lançamento de esgotos não tratados, apresentou boa qualidade, resultado inédito desde o início da medição.
"É realmente um resultado surpreendente. Mas já se observou que o período de estiagem prolongada traz uma leve melhoria na qualidade da água porque o esgoto produzido nas cidades escoa menos para o rio. Boa parte fica retida nas tubulações e arroios que, por estarem com pouca água, também têm menor capacidade de transportar a massa de esgotos", enfatiza diretor-técnico do consórcio, Hener de Souza Nunes Júnior.
Partículas
Segundo ele, também, sem chuvas, não existe o transporte da poeira precipitada sobre o solo, constituída de partículas variadas. "Isso diminui bastante a turbidez das águas e a contaminação do rio em geral. Não posso afirmar isso como uma evidência experimental e quantificada, mas é uma inferência razoável, resultado da observação."
Hener explica ainda que também se observa que, após uma chuva de verão, com grande volume e pouco tempo, formam-se enxurradas capazes de transportar todos esses fatores poluentes. "Eles chegam ao leito do rio num curto espaço de tempo e são recebidos por uma massa de água relativamente pequena (por causa da estiagem). Então se observa uma súbita piora das condições da água. É o que possivelmente ocorreu após a chuva da terça-feira da semana passada e que causou a morte de alguns peixes, observada no trecho que passa em Campo Bom."
Mensalmente, o Pró-Sinos monitora nove parâmetros de qualidade da água nos pontos representativos da Bacia do Rio dos Sinos. A partir desses parâmetros - Coliformes Termotolerantes, pH, Nitrogênio, Fósforo, Oxigênio Dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio, Temperatura, Turbidez e Sólidos Totais - é calculado o Índice da Qualidade da Água (IQA), número que permite uma avaliação genérica, mas significativa das condições da água.
Boa qualidade já é motivo de satisfação
Hener destaca que em janeiro deste ano foi constatada uma boa qualidade nos pontos da Porção 1. “O IQA calculado manteve-se com bons valores. O resultado pode ser atribuído à manutenção de uma vazão regular, adequada para o período do ano, mas pequena devido à estiagem.” Segundo ele, o pequeno volume de chuvas faz com que os pontos mais próximos das nascentes apresentem uma boa qualidade: P1, P2, P6, P9, P11 e P12, todos na região denominada Alto Sinos. Os demais pontos da Porção 1, complementa o diretor, apresentam qualidade “regular” da água, transparecendo o efeito dos esgotos urbanos, lançados sem tratamento nos cursos de água, à medida que estes passam pelas regiões mais densamente ocupadas.
Já na segunda porção, que envolve Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Esteio, por exemplo, a qualidade da água apresentou oscilações. E, claro, a surpresa, reforça o diretor, no P20, em Sapucaia do Sul, onde registrou-se uma boa qualidade (IQA levemente acima de 70), o que já é motivo de satisfação. Já nos pontos monitorados pela Prefeitura de Esteio, os valores de IQA também apresentaram comportamento regular.
Informações para tomadas de decisão e também ações
O Índice da Qualidade da Água é avaliado em uma escala que varia de zero a cem, sendo os valores mais baixos indicativos de uma qualidade muito ruim e valores mais altos, indicativos de boa qualidade, como apareceu em Sapucaia do Sul. A equipe técnica do Pró-Sinos acompanha esses dados mensalmente, pois são informações relevantes, que podem servir de alerta e apoiar tomadas de decisão e ações. O mapa interativo, assim como os relatórios de monitoramento, pode ser visualizado no portal fortalezatec.com.br/prosinos.
Situação momentânea e o comportamento da água
“Possivelmente o resultado positivo (na porção 2) se deu por uma soma momentânea de fatores favoráveis, compensada, logo em seguida por uma piora. Realizamos as medidas no início do mês de janeiro. Como não monitoramos permanentemente a qualidade da água, não se pode demonstrar isso com medições e números. Mas a ocorrência de peixes mortos após a chuva do dia 14 sugere que possa ser essa a maneira como a qualidade da água se comporta”, enfatiza Hener de Souza.
“Olhando o conjunto dos pontos do monitoramento se percebe uma situação razoável na maior parte da bacia, embora as regiões com maior população apresentem acentuada queda na qualidade da água”, completa, lembrando que o monitoramento em pontos representativos do Sinos foi iniciado em setembro de 2019.