Dores intensas no corpo, nos músculos e na garganta, além da dificuldade para respirar. Esses são alguns dos sintomas da H1N1, cepa que originou a epidemia de influenza em 2009 e que volta a chamar atenção no Estado.
A predominância do vírus nos casos de gripe fez com que o Governo do Rio Grande do Sul emitisse um alerta na terça-feira (16) sobre a vacinação contra o vírus nas cidades gaúchas.
Desde o início do ano já foram registrados 25 óbitos por gripe no Estado, conforme a Secretaria da Saúde (SES). Para tentar conter esse número, desde a segunda-feira (15), a vacina contra influenza já está disponível para todas as pessoas acima dos seis meses de idade. Popularmente conhecida como ‘vacina da gripe’, o imunizante trivalente possui anticorpos que estimulam a proteção contra os vírus A-H1N1, A-H2N3 e B.
Morador de Novo Hamburgo, um homem de 31 anos que pediu para não ser identificado, conta que contraiu H1N1 em abril deste ano e revela ter sentido dores incessantes. “Eu tinha muita dor de cabeça e sentia um cansaço. No dia seguinte eu acordei com mais sintomas e já estava tossindo, rouco e com a dor de cabeça ainda mais intensa”, detalha.
O relato do jovem é comum entre os pacientes diagnosticados com a cepa. Segundo o virologista e pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão da Universidade Feevale, Fernando Spilki, o H1N1 é um vírus preocupante e algumas pessoas mais suscetíveis acabam evoluindo para quadros graves da doença.
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Mesmo vírus da epidemia
A cepa H1N1 que circula pelo Estado é a mesma de 14 anos atrás, denominada de H1N1 pandêmica. De acordo com Spilki, o vírus nunca foi erradicado completamente. Em 2009, quando houve a epidemia da doença, mais de 3500 pessoas contraíram a influenza, das quais 298 evoluíram para óbito. Os dados são do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS).
O virologista afirma que o H1N1 pandêmico tem a transmissibilidade muito eficaz em indivíduos que não estão com as doses da vacina da gripe em dia, característica que explica a resistência do vírus ao longo dos anos. “É um vírus muito talentoso nesse sentido de se manter na população. É importante que a vacina da gripe esteja em dia”, enfatiza Spilki.
Números preocupam
A vacinação iniciou em 10 de abril e vai até 30 de maio. No Estado, segundo dados disponibilizados pela SES, apenas 36% dos grupos prioritários já aplicaram o imunizante. Já em Novo Hamburgo, a Secretaria Municipal de Saúde revelou que, em pouco mais de um mês de campanha, a cidade atingiu somente 28,71% da cobertura vacinal contra a gripe.
Em relação aos casos hospitalizados por influenza no Rio Grande do Sul, 36% são pessoas maiores de 60 anos e 19% são crianças. No município são 6 pacientes internados, dos 11 casos positivos que a cidade contabilizou desde janeiro.
No entanto, o número de contaminados em Novo Hamburgo pode ser ainda maior. A Secretaria Municipal de Saúde informou que realiza o teste de H1N1 apenas em pacientes hospitalizados com a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Casos como o do jovem citado na reportagem e que positivou para o vírus em abril deste ano não são contabilizados, já que o diagnóstico identificado o vírus veio por meio de um teste realizado em farmácia.
Mais casos no outono
Diferente do que se imagina, é durante o outono que os casos de gripe têm maior transmissão. O especialista e pró-reitor da Feevale diz que isso ocorre pela mudança de temperatura que inicia, saindo de máximas intensas e alterando para dias mais frios.
Dos 25 óbitos já registrados no Estado até 15 de maio, 16 foram de pessoas com 60 anos ou mais. Já em Novo Hamburgo, a secretaria não registrou nenhuma morte. “A temporada de gripe no Brasil, na região sudeste e sul, normalmente está localizada no outono”, revela.
Vacina é a prevenção
Para evitar contrair H1N1, a vacina da gripe é a prevenção. Spilki ainda aconselha que, além da dose, cuidados sejam tomados para que a transmissão reduza, como o uso de máscara em hospitais e outros ambientes de saúde. “A vacina repetida ao longo dos anos ela confere aos indivíduos um grau de proteção importante contra aquela doença da gripe mais grave”, afirma ele.
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Outra recomendação é o descanso e buscar o afastamento social assim que os sintomas iniciarem. “A contribuição de cada um é muito importante. Tentar não ir presencialmente ao ambiente de trabalho e evitar atividades escolares presenciais”, finaliza o virologista.
Nesta quinta-feira (18), mesmo com feriado municipal em Novo Hamburgo, a Casa de Vacina estará aberta das 9 às 16 horas. A unidade fica na Avenida Cel. Frederico Linck, 900, no bairro Rio Branco.
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