O aumento expressivo no número de atendimentos realizados nas unidades de saúde leopoldenses colocou a prefeitura em alerta, especialmente por conta dos casos de dengue. Conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semsad), a demanda na rede pública cresceu muito em março, principalmente nos espaços que atendem 24 horas.
Somente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Norte, foram mais de 14 mil atendimentos no mês passado, sendo que a média mensal normalmente fica entre 8 e 10 mil atendimentos, segundo a Semsad. O mesmo movimento foi visto no Hospital Centenário, que tem média de 4 mil atendimentos mensais, mas teve mais de 9,4 mil em março; e no Centro de Saúde Feitoria, que registrou mais de 8,6 mil atendimentos no último mês, tendo média de 3 mil (veja o gráfico acima).
Conforme levantamento da Semsad, os principais sintomas de quem procura atendimento nas unidades 24 horas são: febre, dor no corpo e diarreia – que podem caracterizar dengue.
Farmácia Móvel com base fixa na UPA
Com a disparada no número de atendimentos na UPA Zona Norte, uma das medidas adotadas foi disponibilizar um dos veículos da Farmácia Móvel municipal como base fixa em frente ao espaço de saúde, de segunda a sexta-feira, pela manhã e à tarde – antes o veículo atendia no local somente às tardes.
Nele, pacientes que forem atendidos na UPA podem retirar os remédios indicados pelos profissionais, desde que apresentem a receita médica, de forma gratuita. Da mesma forma, moradores da cidade que fazem uso de medicação controlada podem levar sua receita e retirá-lo na Farmácia Móvel.
Pela percepção de aumento no número de pacientes com sintomas de dengue, a farmacêutica Renata da Conceição Costa e a auxiliar Gisa Abreu já até deixaram uma caixa separada com medicamentos que ajudam a tratar a doença sobre o balcão, a fim de facilitar a entrega aos usuários que necessitam. Apelidado de “kit dengue” pelas profissionais, a caixa contém remédios para dor, febre, náusea e um soro caseiro.
Aumento também nas UBSs
Aumento expressivo também vem sendo observado nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município, que, somente na última semana, entre 25 e 30 de março, registraram 6.892 atendimentos, informou a Secretaria de Saúde. Destes, 1.474 foram por sintomas de dengue – o que representa quase 21,4% do total, ou seja, 1 em cada cinco atendimentos era de caso suspeito de dengue.
De acordo com levantamento da Semsad, os postos localizados na região Nordeste da cidade, como Brás e Padre Orestes, concentraram 36% dos atendimentos relacionados à dengue na última semana de março.
Assim como em São Leopoldo, outros municípios da região metropolitana têm registrado grande demanda na área da saúde. Em Porto Alegre, por exemplo, há superlotação em emergências, restrições de atendimento e UPAs lotadas.
“Cenário bastante preocupante”
A secretária de Saúde em exercício, enfermeira Fabiani Oliveira, mostrou apreensão quanto aos dados registrados na cidade, principalmente pelos casos de dengue. “A gente vive um cenário bastante preocupante. A prefeitura tem realizado ações, mas o combate à dengue a gente faz em conjunto com a comunidade”, afirmou, lembrando a importância da população também tomar medidas de prevenção à proliferação do mosquito Aedes aegypti.
“Hoje a preocupação número 1 é a dengue, mas temos a questão da sazonalidade que envolve todo esse período do ano. No mês que vem, devem ter diminuição dos casos de dengue, mas devem aumentar os casos de síndrome respiratória e sintomas gripais, pela chegada de dias mais frios”, ponderou.
Fabiani também destacou que a Semsad tem trabalhado com escalas diferenciadas de horas extras e ampliação das equipes, sendo que, no momento, as ações têm suprido a necessidade de profissionais na área da saúde. Mas, situações pontuais podem ocorrer. “Temos empenhado esforços para minimizar isso”.
Força-tarefa começará na Brás
Por conta do crescimento no número de pacientes com dengue, o prefeito Ary Vanazzi, se reuniu com Fabiani, além do diretor de Atenção Básica, enfermeiro Lotário de Souza, e o coordenador de Relações Comunitárias, André Morais, nesta terça-feira (2). Ontem, uma nova reunião com diversas secretarias e o Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae) foi feita e debatida mais ações de prevenção e combate à dengue.
Conforme a prefeitura, na segunda-feira (8), elas serão divididas em duas frentes. Haverá um carro de som, enviado à Vila Brás, para comunicar aos moradores locais sobre as visitas que serão realizadas na terça-feira (9). Enquanto isso, deve haver outra reunião, com secretarias do governo e Procuradoria-Geral do Município (PGM), para ajustes sobre o mutirão da terça-feira, além de uma oficina, ministrada por agentes de endemias, instruindo os servidores sobre a abordagem correta à população.
Na terça, equipes devem visitar a Vila Brás, fazendo a distribuição de panfletos informativos sobre a doença, cuidados e prevenção, e realizando o cadastramento e mapeamento das casas averiguadas. Haverá também um caminhão de coleta, para que objetos e recipientes que podem ser foco do mosquito sejam descartados.
R$ 200 mil para auxiliar nas ações
Segundo divulgado pela prefeitura leopoldense, nesta semana, a deputada federal Daiana Santos (PCdoB) destinou uma emenda parlamentar de R$ 2,3 milhões para a área da saúde de São Leopoldo. Desta verba, R$ 200 mil serão destinados para fortalecimento da Vigilância em Saúde no âmbito do combate à dengue.
Conforme o Painel de Casos de Dengue no RS, até esta quarta-feira (3), São Leopoldo contabilizava 3.775 casos confirmados de dengue, sendo que outros 1.196 estão em investigação. O município já registrou 6 óbitos pela doença este ano.
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