CASO É INVESTIGADO

Aulas em escola incendiada em Capela de Santana serão retomadas só na semana que vem

Polícia Civil deve concluir inquérito nos próximos dias; duas adolescentes, alunas do 9º ano, são suspeitas de incêndio criminoso

Publicado em: 25/04/2023 11:58
Última atualização: 05/03/2024 10:25

As aulas na Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora das Graças, na localidade de Pareci Velho, em Capela de Santana, deverão ser retomadas somente na próxima terça-feira (2). Esta é a expectativa do secretário municipal de Educação e Cultura, João Leomar de Almeida, que acompanhou na manhã desta terça-feira (25) os trabalhos de limpeza no local. Na segunda-feira (24), a escola foi atingida por um incêndio, que, segundo a Polícia, teria sido provocado por uma adolescente, aluna da instituição

Secretário de Educação esteve na escola na manhã desta terça-feira (25) avaliando os estragos Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial

Conforme Almeida, uma avaliação técnica já foi realizada pela equipe do setor de engenharia da prefeitura. "Agora, aguardamos os laudos para procedermos na recuperação das peças atingidas", explica o secretário, que estima que deverão ser investidos mais de R$ 150 mil nas obras na escola. 

Segundo ele, deverá ser realizada a substituição do telhado da cozinha, da sala de informática, de uma sala de aula e do banheiro, onde teria iniciado o incêndio. Além disso, deverá ser refeita a parte estrutural do banheiro e de duas salas, recolocação do piso de parquet, reboco e pintura. "De bens perdemos todos os equipamentos da sala de informática e todos os instrumentos da banda da escola, a primeira banda do município", lamenta.   

Nesta semana, de acordo com Almeida, deverá ser dado prosseguimento à limpeza do local, isolamento da área afetada e realocação da cozinha em outro ambiente, para que depois disso, as aulas possam ser retomadas presencialmente. 

Inquérito aguardado 

Duas alunas, de 15 e 17 anos e estudantes do 9º ano na instituição, são investigadas pela Polícia Civil como suspeitas do incêndio. Segundo o secretário, a escola aguarda o inquérito da Polícia para avaliar as medidas disciplinares que serão adotadas em relação às adolescentes. "Com base no regimento escolar, as medidas corretivas poderão ir desde advertência até a transferência para outro estabelecimento de ensino", afirma.  

Inquérito deve ser concluído nos próximos dias

De acordo com o delegado Fábio da Motta Lopes, as duas meninas suspeitas do crime já foram ouvidas na Delegacia de Polícia de Capela de Santana, acompanhadas dos pais e do Conselho Tutelar. A primeira delas, de 15 anos, prestou depoimento na manhã de segunda-feira.


Sala da informática ficou completamente destruída Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial

"Segundo esta menina de 15 anos, a adolescente que teria cometido o incêndio seria a mais velha e teria dito que faria por brincadeira. No entanto, ela seria agressiva e por vezes já havia comentado não gostar da escola", conta o delegado.

Já a outra garota, que esteve na delegacia à tarde, atribuiu a autoria a mais nova, mas sem especificar os motivos. Conforme o delegado, a expectativa é de que o inquérito seja concluído nos próximos dias. "Pretendemos concluir o quanto antes. Talvez seja possível nesta semana ainda", esclarece. 

Crime teria sido premeditado

De acordo com o delegado Fábio Motta Lopes, o crime teria sido premeditado. Por volta das 8 horas, uma aluna de 15 anos teria ido ao banheiro e encontrado um bilhete informando sobre um possível incêndio na escola caso a instituição não fosse fechada por sete dias.

À Polícia, a menina informou que entregou o papel à diretora e que cerca de uma hora depois retornou ao banheiro com uma colega de 17 anos e que esta teria usado um isqueiro e garrafas de álcool que estavam no local para limpeza e ateado fogo.

Conforme o delegado, a Polícia trabalha com a hipótese de que as duas meninas tenham agido juntas no caso. Segundo ele, pena prevista pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para o fato, que se compara ao crime de incêndio, previsto no Código Penal, é de advertência ou internação por até três anos.

Os nomes das adolescentes não serão informados, conforme determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Gostou desta matéria? Compartilhe!
Matérias Relacionadas