SÃO LEOPOLDO

Atingido pela enchente de maio, prédio da Câmara de Vereadores deve reabrir em 20 dias

Estrago no Legislativo, que não muda de endereço agora, soma R$ 294 mil

Publicado em: 01/07/2024 03:00
Última atualização: 01/07/2024 08:17

O plenário da Câmara de Vereadores ainda não tem condições de ser usado para as sessões, que continuam virtuais, após o Legislativo ter sido atingido pela maior enchente da história. Vários outros espaços do primeiro piso, como cozinha, setor de informática, Recursos Humanos e Departamento Jurídico, também foram atingidos pela enchente de maio. No caso do plenário, a água chegou a dois metros de altura.

Câmara de Vereadores de São Leopoldo foi atingida pela enchente de maio Foto: Douglas Dalua/Divulgação

Os prejuízos chegam a R$ 294,6 mil, conforme levantamento do que já foi adquirido para os reparos e entre as melhorias já feitas, como pintura - que está sendo finalizada -, reparos no reboco e o que ainda é necessário fazer, sendo que há material, como móveis para plenário e outras áreas e divisórias, ainda sendo orçados. Embora sem sessões no local, a comunidade segue atendida, com todos os gabinetes abertos. O funcionamento da área de informática ocorre com um servidor emprestado, já que os dois que haviam no local foram danificados pela água e lama.

Entrega em 20 dias

Segundo a presidente da Câmara, vereadora Iara Cardoso, a expectativa é que a recuperação da Câmara esteja concluída em cerca de 20 dias. "Em julho, começam as convenções partidárias e a ideia é que possam ocorrer aqui", afirma, ressaltando que foram muitos danos no prédio e perdas. "Se tudo ocorrer bem, sem contratempo e atraso, quem sabe não entregamos a Câmara no dia 25 de julho", cogita.

"Perdemos todos equipamentos de informática, móveis, piso, dois servidores, material da copa, telefones e a mobília", enumera. "Somente com a higienização foram gastos R$ 29 mil. Fizemos um levantamento e tínhamos valores que se aproximavam de R$ 80 mil. Conseguimos baixar para R$ 29 mil. Tivemos água de quase dois metros no plenário", observa.

"A mobília e a grande maioria dos equipamentos de informática serão adquiridos de forma gradativa, sempre observando a legislação e o menor preço", destaca Iara.

A sede do Legislativo leopoldense é o prédio histórico alugado do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Servidores Municipais de São Leopoldo (IAPS), na Rua Independência, 66. O valor que será gasto para reparos no piso, parte elétrica e pintura - R$ 71.600,00 -, serão descontados do aluguel. "Vamos abatendo no aluguel aos poucos", esclarece Iara. Atualmente, a Câmara paga R$ 39,8 mil mensais de aluguel.

Vereadora Iara mostra os reparos ainda sendo feitos Foto: Adriana Tauchert/GES-Especial

Sem mudança de local com a tragédia

A possibilidade da Câmara ocupar a antiga sede da Unisinos fica adiada, segundo Iara. “Tinha um sonho de transferir a sede para a antiga sede da Unisinos. Com a tragédia não é o momento, tanta gente sem casa…” Segundo Iara, possivelmente nesta Legislatura, a Câmara fica na atual sede. “Com as melhorias, vai ficar bom. Agora não é o momento de investir um valor expressivo na compra de um prédio, mas está na mira.”

O prédio onde funciona o Legislativo municipal é tombado pelo patrimônio histórico do Estado desde 1982. Os três prédios construídos nas primeiras décadas do século 20 formavam o antigo Seminário Evangélico. Sua última reforma, para então abrigar a Câmara de Vereadores, ocorreu em 1996.

Autorização do Iphae é necessária

Segundo a presidente da Câmara, vereadora Iara Cardoso, dependendo das melhorias e consertos, como das janelas e piso, é preciso autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul (Iphae). “É um prédio histórico, tudo que a gente faz precisa de autorização do Iphae. Vamos tentar higienizar o que tem por baixo do piso, abrir umas partes, limpar, restaurar o que for possível e colocar um piso vinílico. Eu preciso dar condições (para a volta dos trabalhos). Quando o Iphae autorizar, podemos pensar em outras formas”, planeja.

“O problema maior são as janelas. Foram muito depredadas. Preciso da autorização, sob pena de tomar uma multa. Eu não vou mexer sem autorização, como não mexo na questão da acessibilidade.”

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