A partir de quinta-feira (21), a prefeitura de Taquara terá uma nova empresa que fará as linhas da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Dona Leopoldina. A contratação de forma emergencial, com validade de seis meses, é a medida tomada depois do acidente ocorrido na segunda-feira (18), quando 13 alunos e o motorista do veículo escolar, já retirado do local, sofreram um acidente. O desligamento das linhas específicas da Dona Leopoldina foi feito na terça (19) de forma liminar.
As aulas presenciais da instituição voltarão somente na quinta. A prefeitura informa que, nesta quarta (20), as aulas são online com atividades passadas pelas professoras para que os alunos realizem em suas casas. Conforme a Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte, a transferência de retorno às aulas busca dar mais tempo para que toda a equipe de profissionais da instituição possa se preparar para receber os estudantes.
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Entre os alunos, há temor de retornar à escola. “A primeira coisa que ela disse quando resgatei ela no local do acidente é não queria mais ir de ônibus e depois falou que não quer mais ir para escola”, declarou na manhã desta quarta, a agente comunitária de saúde, Ludmila de Mattos da Silva, mãe de Lívia, 5, que quebrou o fêmur da perna direita na queda do ônibus e que passou por cirurgia na terça. Ela e outro menino, 5, seguem no Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC).
A industriária Tamires Ariane da Silva, mãe do aluno Diego da Silva Araújo, 5, que está hospitalizado em Porto Alegre, conta que seu filho não quer voltar para a escola. “Ele está um pouco assustado ainda”, acrescenta.
A prefeitura informa que, das 14 vítimas do acidente, dez estão em suas casas, incluindo o motorista. Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, o motorista do ônibus, que estava no Hospital Bom Jesus, de Taquara, recebeu alta no final da manhã de terça-feira. Em Parobé, até o início desta manhã, duas crianças ainda aguardavam reavaliação clínica no Hospital São Francisco de Assis.
Investigação
O acidente gerou um boletim de ocorrência, feito pela própria Brigada Militar. A prefeitura informa que, por norma, para todo acidente de trânsito envolvendo vítimas é instaurado inquérito policial para apurar as causas. Ainda na segunda-feira, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) esteve no local.
Os dados coletados no processo administrativo da prefeitura de Taquara serão posteriormente encaminhados às autoridades competentes.
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O titular da Delegacia de Polícia de Taquara, delegado Valeriano Garcia Neto, diz que aguarda laudos periciais e depoimentos. “Não descartamos hipóteses de falha mecânica ou imperícia do motorista”, antecipa.
Notificação
Na terça, a prefeitura notificou a Maroto Viagens Ltda, proprietária do ônibus envolvido no acidente. A notificação, explica a administração municipal, é um instrumento administrativo para apuração dos fatos e eventual rescisão contratual, inclusive em caráter liminar.
Ela concede à empresa a possibilidade de esclarecer, em um prazo de cinco dias úteis, a real situação do veículo que estava transportando as crianças no momento do acidente e se de fato era o ônibus que havia sido contratado com as devidas vistorias exigidas no edital.
A área jurídica da Maroto Viagens informa que empresa recebeu nesta quarta-feira, pela manhã, a notificação da prefeitura. “Faremos a defesa e o posicionamento da empresa quanto a esta notificação dentro do prazo estipulado pela municipalidade”, informa.
No final da tarde desta quarta-feira, a empresa também fará um posicionamento quanto ao ocorrido por meio de nota oficial.
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