Moradora de Novo Hamburgo, Maria Emília de Mendonça morreu nesta sexta-feira (10), aos 106 anos. A informação foi noticiada por um neto dela nas redes sociais.
Foto: Matheus Chaparini/GES-Especial/Arquivo
“Minha amada Vovó acabou de partir para o mundo espiritual. Foi foi sem doenças e sem dor, simplesmente foi se apagando de uma forma serena, da maneira que ela merecia. 106 anos de uma linda história, por alguns lida no livro Caminho das Águas, por muitos pela mídia e para poucos sortudos acompanhada na simplicidade do dia a dia. Obrigado, vovó, principalmente pelo seu exemplo. Obrigado!”, publicou Andrei, no Instagram.
Vida em livro
Mesmo tendo estudado somente até a 4ª série, Maria era uma leitora voraz. A paixão pelos livros rendeu o título de patronesse da Feira do Livro de Novo Hamburgo, em 2019. Naquele ano, ela lançou sua biografia, Encontro das Águas, livro escrito por Fabrício Vijales.
Aos 103 anos, ela se tornou integrante da Academia Literária do Vale do Sinos (Alvales). No ano passado, Dona Maria Emília recebeu título de Imortal pela Academia Luso-Brasileira de Letras e foi homenageada no 1º Encontro da Mulher Negra de Novo Hamburgo.
Trajetória
Filha de Antonio Benedito Martins e Generosa Maria de Jesus, Maria nasceu na localidade de Mato Fino, interior de Gravataí, em 14 de junho de 1916. Em 1941, mudou-se para Novo Hamburgo.
Aos sete anos, sua mãe faleceu, vítima da gripe espanhola. Deixou quatro filhos, sendo Maria a mais velha e a partir disso assumiu o papel da mãe e passou a ajudar na criação dos irmãos e no trabalho da casa.
Ao longo da vida, trabalhou como faxineira, lavadeira e copeira. No início da vida adulta, viveu um período, também em Porto Alegre.
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