Para a maioria da população os anos bissextos são apenas um dia extra no calendário. O cenário muda quando falamos de quem nasceu no dia 29 de fevereiro, data que a cada quatro anos ressurge nas folhinhas que contam o tempo.
Foto: Paulo Pires/GES
Em Canoas, a enfermeira aposentada Rosaura Alves de Almeida completa 60 anos nesta quinta-feira por ordem cronológica do tempo, mas seguindo a data que só existe a cada quatro anos, a moradora do bairro Igara está debutando.
Bem-humorada, Rosaura brinca com a situação. “Tecnicamente, estou fazendo 15 anos e não 60 anos.”
Após o falecimento da irmã em setembro de 2023, vítima de câncer de vias biliares, os planos para uma comemoração com o tema “festa de 15 anos” tiveram que ser adiados.
“É uma perda grande e recente. Optei por cancelar. Eu dançaria até a valsa com alguns meninos. Desde 2016, não comemoro aniversário em anos que não são bissextos”, explica.
Um churrasco com a família e os amigos próximos foi a escolha feita pela canoense. “Hoje farei uma comemoração moderada para não deixar a data passar em branco. Os próximos três anos serão sem festividades.”
Na lista de desejos para o ainda longínquo ano de 2028, Rosaura almeja saúde. “Sem ela não somos ninguém. O maior presente é uma vida saudável. Ter a oportunidade de celebrar ao lado das pessoas que amamos é uma bênção divina.”
Quatro em quatro anos no calendário
Segundo os astrônomos, o ano bissexto é o somatório das horas que “sobram” do tempo que o planeta leva para completar a rota, que é cerca de 365 dias e seis horas. Em quatro anos as horas extras foram 24 horas, ou seja, o dia 29 de fevereiro.
“Nasci em 1964. Naquela época, meus pais não sabiam muito sobre o ano bissexto. Minha mãe até falou para não me registrar no dia 29, mas meu pai disse que ia me registrar com a data original”, recorda a aniversariante. “Só conheço uma pessoa que faz aniversário junto, um ex-colega de escola.”
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