ATENDIMENTO

Animais atuam como mediadores terapêuticos em escolas de Nova Santa Rita

Projeto Pet Terapia está presente em todas as instituições da rede de ensino municipal

Publicado em: 16/03/2023 09:42
Última atualização: 02/02/2024 14:14

Os animais são considerados, por muitos, anjos de quatro patas. Em Nova Santa Rita, o projeto chamado Pet Terapia atua em todas as 18 escolas da rede municipal, com métodos terapêuticos que utilizam animais como mediadores.

Aluno da Emei Rainer Dorneles, Heitor Aires, de 3 anos, passa por atendimento Foto: PAULO PIRES/GES

Os atendimentos são destinados aos alunos da rede escolar que apresentam diagnóstico médico com algum grau de deficiência. Dos 5 mil alunos matriculados, cerca de 600 possuem necessidades especiais. De acordo com a fisioterapeuta e coidealizadora do projeto, Cássia Hammes, cada animal possui uma função, ou seja, o pet é direcionado conforme o objetivo da terapia.

"Fazemos uma intervenção assistida, os animais aumentam a frequência e a quantidade de estímulos dos pacientes, além de ajudar no aprendizado motor, social, intelectual, emocional e cognitivo. Isso tudo com base em estudos científicos", afirma Cássia.

Engana-se quem imagina que os atendimentos são exclusivos dos pets tradicionais, cães e gatos. Porquinhos-da-índia, coelhos, tartarugas, galinhas e calopsitas também exercem um papel terapêutico. "Crianças com déficit de atenção, por exemplo, o mais indicado é que as sessões sejam feitas com roedores. É feita uma avaliação antes para apontar o tipo de animal mais adequado para cada paciente", salienta a fisioterapeuta.

O começo

A Pet Terapia começou em 2022, como um projeto voluntário nas escolas Campos Salles e Miguel Couto. A ideia partiu da necessidade que Cássia em conjunto com sua sócia, Bruna Farioli, tinha em fazer algo diferente. "Fizemos cursos para nos especializar em terapia com animais não convencionais. Então apresentamos o projeto para a secretaria da educação e iniciamos."

Próximos passos

A coordenadora da educação inclusiva de Nova Santa Rita, Lenir Kiak, fala sobre os resultados positivos da Pet Terapia com os alunos da rede. "Dos 600 estudantes com necessidades especiais, em torno de 220 são autistas. O projeto tem ajudado muito na área comportamental e de desenvolvimento", destaca.

No início deste ano, o programa foi ampliado para todas as escolas municipais, explica Lenir. "No ano passado, identificamos que os efeitos foram satisfatórios dentro e fora da sala de aula, e com isso, fechamos um convênio para contratamos os serviços para ampliar os atendimentos", salienta.

Lenir conta que para 2024, a pretensão é estender os serviços. "Queremos que haja uma equipe fixa em cada escola. Hoje, as equipes se revezam entre os colégios. Os professores são orientados a trazer as dificuldades dos alunos. Precisamos trabalhar o antes, o depois e os resultados em sala de aula", explica.

Cacá, o cão terapeuta que acalma as crianças

Na terça-feira (14), o simpático Cacá recebeu o certificado de cão terapeuta. "No fim do ano passado, ele foi recolhido da rua. O Cacá passou por situações difíceis em decorrência do abandono e mesmo assim, se mostrou resiliente e amoroso. Desde que o conhecemos percebemos que era um cão especial. Além dos treinos, colocamos ele para fazer o curso de pet terapeuta", explica Bruna Farioli, coidealizadora do Pet Terapia.

Cacá com alunos da educação infantil da Rainer Dorneles Foto: PAULO PIRES/GES

Os animais passam por uma preparação especial e treinamentos até estarem aptos para participarem das sessões. Os atendimentos com alunos são monitorados por profissionais. "Conforme o comportamento dos alunos em sala de aula, ele pode ser encaminhado mesmo que não pertença ao grupo com necessidades especiais, os professores direcionam de acordo com as dificuldades apresentadas pela criança", explica a orientadora educacional, Cláudia Ferreira.

De acordo com a vereadora de Nova Santa Rita, Débora Oliveira, está sendo elaborado um projeto para que seja aberta uma clínica de bem-estar animal no município. A previsão para o serviço público começar a operar é 2024. "Além de atender a população queremos também resgatar e recuperar os animais abandonados para que possam ter uma segunda chance. Também estudamos ampliar a Pet Terapia para lares que atendem pessoas com necessidades especiais, como a Apae, por exemplo", diz Débora.

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