Mandantes e executores de homicídios registrados neste ano em São Leopoldo foram presos em uma operação integrada deflagrada na manhã desta quinta-feira (11). A investida, coordenada pela Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), contou com apoio da Brigada Militar (BM) e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
Ao todo, 250 policiais civis e militares participaram do cumprimento de 43 ordens judiciais nas cidades de São Leopoldo, Charqueadas e Montenegro. Pelo menos 13 pessoas foram presas, entre elas duas mulheres. Também foram apreendidas três pistolas, uma carabina, munições, R$300 mil em dinheiro, sete quilos de maconha e porções de crack e ecstasy.
A operação é resultado de três inquéritos, que investigaram crimes cometidos em janeiro. De acordo com a titular da DPHPP, a delegada Mariana Lamar Pires Studart, os investigados agiam como “justiceiros do crime organizado”.
Um dos casos apurados foi o de um homem de 35 anos executado com 20 tiros na frente da casa onde morava, na Rua Taquari, no bairro Arroio da Manteiga. O caso aconteceu no dia 19 de janeiro e vitimou Cristiano de Souza Fagundes. De acordo com a investigação, ele foi morto depois de ter atingido, sem querer, a vó de um traficante com um tiro de pressão, durante um desentendimento com outro homem em um bar, no mesmo bairro onde residia.
Outro caso foi o de um homem, marido da viúva de um traficante, que teve a morte ordenada pela mulher depois de ter molestado a filha dela.
A terceira ocorrência, segundo a delegada, foi uma emboscada contra uma mulher, ordenada de dentro da Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), em Charqueadas. A jovem teria sido atraída ao local para supostamente usar drogas, mas acabou torturada e mantida em cárcere privado, tendo sido atingida por facadas e disparos de arma de fogo.
Após as agressões, a mulher teria sido retirada do cativeiro, no bairro Rio dos Sinos, e levada ao Morro do Paula, onde foi deixada em um ponto de tráfico. De acordo com a delegada, a vítima sobreviveu por ter se fingido de morta.
“Foi um trabalho intenso de investigação que efetuamos durante meses e que conseguiu resultar nesta gama de prisões e apreensões. É gratificante verificar que através do nosso trabalho, a fim de elucidar homicídios, conseguimos também combater facções criminosas que comandam crimes em São Leopoldo”, frisa a delegada.
DEZ HOMICÍDIOS: 250 policiais estão nas ruas para prender membros de facção.
Operação da Polícia Civil e Brigada Militar cumpre 43 ordens judiciais em investigação de crimes em São Leopoldo.
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— Jornal VS (@jornalvs) May 11, 2023
Resultado exitoso
Os resultados da operação foram apresentados em uma coletiva de imprensa, que contou com as presenças do subchefe de Polícia, o delegado Heraldo Chaves Guerreiro, do diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa, o delegado Mário Souza, do delegado da Divisão de Homicídios da Região Metropolitana, Rafael Pereira, e do subcomandante do 25º Batalhão de Polícia Militar (25º BPM), o capitão Juliano Antônio Giboski.
“A Polícia Civil e a Brigada Militar têm feito nos últimos dias um enfrentamento intenso contra a criminalidade e o crime organizado, e aqui, hoje, temos mais um resultado exitoso das instituições neste combate. Foi uma ação muito positiva, com êxito em todos os mandados”, pontua o subchefe de Polícia.
Em sua fala, o delegado Mário Souza destacou a quantidade em dinheiro apreendida. “Notas grandes, a maioria de R$ 200, o que demonstra os valores envolvidos no crime organizado”, observa. “Ações como esta são importantes para que o crime organizado perceba que, enquanto continuarem ordenando mortes, executando pessoas, nós vamos agir firmemente contra, para que eles tenham o maior prejuízo possível. E essa união da BM e da Polícia Civil é importante para isso”, avalia.
“Estas são armas que estavam sendo utilizadas por grupos criminosos e que já não estão mais nas ruas, assim como drogas, munições e dinheiro, que provavelmente seria utilizado para financiar estes grupos criminosos. Com todo este material retirado da rua e todos os presos, quem ganha é a sociedade gaúcha”, finaliza o capitão Giboski.
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