Se para muitos estudantes a matemática é sinônimo de dor de cabeça, para a jovem Natália Bernardo, 22 anos, é reflexo de uma paixão e garantia de medalhas. Estudante do oitavo semestre do curso de licenciatura em Matemática na Unisinos, a moradora de Passo Fundo conquistou, recentemente, medalha de bronze em uma competição nacional.
O triunfo veio durante a Elon Lages Lima, uma olimpíada de matemática universitária organizada pela Associação Olimpíada Brasileira de Matemática. A competição, realizada de forma virtual, em junho, contou com 600 participantes de todo o País.
Na disputa, os competidores precisaram responder a uma prova objetiva com 25 questões, que abordavam conteúdos de matemática pura, como cálculo, estruturas algébricas, álgebra linear, teoria dos números, entre outros. Com a conquista, Natália está garantida na Olimpíada Brasileira de Matemática Universitária – OBMU, a mais tradicional olimpíada de matemática do Brasil e que ocorre em outubro.
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Para o próximo desafio, a OBMU, Natália diz já ter acessado e estudado várias questões e tem ciência de que o grau de dificuldade aumenta muito, inclusive pelo fato da próxima prova ser discursiva e algumas questões envolverem provas formais e exigir dos candidatos um vasto conhecimento dos conteúdos e teoremas. “Estou bastante animada para participar pela primeira vez desta olimpíada e com um foco ainda maior nos estudos para chegar na prova com todo o meu repertório olímpico”, frisa. Apesar de ser a primeira OBMU da vida de Natália, olimpíadas e competições não são novidade no caminho da estudante.
Primeira olimpíada aos 12 anos
“Participei da minha primeira olimpíada aos 12 anos, quando conquistei medalha de prata na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), na qual fui premiada seis vezes e tive a oportunidade de participar do Programa de Iniciação Científica e do Programa Mentores da OBMEP, ambos exclusivos para premiados na olimpíada, no qual aprendi durante todos esses anos diversos conteúdos olímpicos”, recorda.
“Foi através de cursos que fiz no Programa de Iniciação Científica, focados em matemática avançada, que comecei a estudar de forma mais olímpica e não parei até hoje. Foi por causa dessa política pública que decidi cursar matemática na graduação”, completa.
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Segundo Natália, o gosto pela matemática vem da infância. “Meu interesse pelos números começou desde muito cedo, graças aos meus pais, que sempre envolviam a matemática de alguma maneira nas brincadeiras, incentivavam o aprendizado de forma lúdica”, lembra. Sobre o aprendizado da disciplina na escola, a estudante compara a uma “musculação do cérebro”. “Uma preparação para problemas mais complexos, que vamos ter que resolver ao longo da vida”, diz.
“A pessoa pode até não gostar de matemática, mas alguma vez ela vai se deparar com uma situação problema ao longo de sua vida e quem proporciona habilidades para poder conseguir as respostas é a matemática lógica”, compara.
Conforme Natália, a preparação para as competições é peculiar. “Todas as olimpíadas têm em comum questões que são muito diferentes dos conteúdos que a gente vê na escola. Não são questões conteudistas, para resolvê-las não é necessário saber um determinado conteúdo, o que o competidor precisa é ter o conhecimento capaz de desenvolver a lógica matemática para poder resolver aquela questão e isso contempla estudantes com os mais diversos repertórios de conhecimentos. Por isso, a gente trabalha habilidades e não conteúdos para poder se preparar para estas provas”, ensina.
Excelência
Coordenador do curso de licenciatura em Matemática da Unisinos, Rogério Steffenon, explica que geralmente, os alunos que mais se destacam nas Olimpíadas são estudantes com uma trajetória olímpica extensa e alunos de bacharelado. “A prova traz conteúdos de matemática pura, o que não é o foco de um curso licenciatura, onde o objetivo principal é a formação de professores. A conquista da nossa aluna mostra a excelência do curso de licenciatura em Matemática da Unisinos”, finaliza o professor.
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