O verão iniciou de forma oficial no dia 22 de dezembro, mas as altas temperaturas e os altos índices de umidade já estavam presentes na região mesmo antes de começar a estação mais quente do ano.
Com as temperaturas mais altas, os bichos peçonhentos se tornam mais visíveis e comuns de serem encontrados dentro de residências e em jardins.
Em Gramado e Canela, a comunidade já nota a presença desses animais. Com o período chuvoso em novembro, a visualização de aranhas, por exemplo, se tornou maior e frequente. Com isso, a população deve ficar atenta aos cuidados e alertas.
“A combinação de calor e umidade propicia comportamentos de sobrevivência nessas espécies, como aranhas e escorpiões, fazendo com que migrem de seu ambiente natural em busca de alimento e abrigo”, explica a bióloga Tathiana Gosaric, que complementa que “muitas vezes, deslocam-se para centros urbanos e domésticos, que contribuem para a reprodução e consequente aumento da população.”
A aparição de aranhas, cobras e escorpiões é mais comum entre os meses de novembro e março.
Aranhas
No caso dos aracnídeos, em períodos chuvosos, o habitat das aranhas inunda. “Isso as força a buscar abrigos quentes e secos, como nossas residências, seja na área externa ou dentro de roupas e calçados”, coloca a especialista.
Na região, é preciso ter cuidado e atenção. “Temos as aranhas de importância médica, como a aranha-marrom e a armadeira. Também podem ser encontradas a caranguejeira e a aranha-de-jardim”, conta.
A aranha-marrom é a mais perigosa e causa bolhas e necrose no local da picada. “Já a armadeira, o veneno atinge o sistema nervoso da vítima, levando a óbito se não houver intervenção médica, porém, com baixo risco à vida para humanos adultos e médio risco para crianças e animais domésticos”, diz a bióloga.
E os escorpiões?
Em relação aos escorpiões, que buscam como abrigos materiais de construção, entulhos, locais escuros e reservados e o esgoto, a bióloga cita que a espécie mais comum é o escorpião-preto, que possui veneno pouco tóxico e pode causar dor no local ou reações alérgicas. Com menor frequência, há o escorpião-manchado. Por fim, o mais temido, o amarelo, não é nativo da região, sem registros de problemas na Serra. Ele pode causar sudorese (suor excessivo), vômitos, alterações cardíacas e pulmonares e até choque anafilático. “Mas ele vem se adaptando rapidamente ao RS, trazendo preocupações com o aumento de casos em Porto Alegre”, completa Tathiana.
Recomendações
A bióloga dá dicas e aconselhamentos sobre os comportamentos necessários para lidar com animais peçonhentos, tanto para evitar problemas e picadas, quanto para caso encontrar em casa algum desses bichos. “Afaste-se com cuidado e evite assustá-lo ou tocálo, mesmo que pareça morto. E procure uma autoridade de saúde para orientação. É preciso manter a atenção em onde ele está. Em alguns casos, é preciso chamar Vigilância ou o Corpo de Bombeiros, como no caso de cobras”, explica Tathiana.
Já em caso de acidentes, a orientação é procurar o posto de saúde mais próximo ou a emergência do hospital. Outras recomendações que a bióloga e a Vigilância em Saúde fazem são:
* Sacudir roupas, sapatos, toalhas e lençóis antes de utilizá-los;
* Manter a casa e pátio limpos evitando depósitos de lixo e entulhos
* Evitar deixar roupas penduradas e a cama encostada nas paredes;
* Vedar buracos em muros e vãos de portas;
* Não colocar mãos e pés em buracos, montes de pedras ou lenha;
* Usar sempre calçados e luvas em atividades rurais;
* Criar aves domésticas em zonas rurais que irão agir como predadores naturais;
* Utilizar equipamentos de proteção individual em matas e trilhas.
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