Modelos numéricos avaliados por meteorologistas aumentaram a projeção de volumes de chuva para algumas regiões do Rio Grande do Sul. Desde a última terça-feira (2) até a próxima semana, muitas localidades devem alcançar marcas entre 100 mm e 200 mm.
Segundo a MetSul Meteorologia, as simulações computadorizadas apontam que os mais altos acumulados de precipitação no Estado, até o começo da semana que vem, tendem a se concentrar na metade norte gaúcha.
Conforme a meteorologista Estael Sias, existe a possibilidade de setores isolados acumularem volumes de chuva tão altos de 250 mm a 300 mm em alguns setores. “Uma das regiões que pode ter chuva volumosa é a de Porto Alegre e a região metropolitana. Ao que já choveu terça e quarta (3), e o que se espera na quinta (4) e na sexta (5), os dados indicam elevado risco de volumes altos para a Grande Porto Alegre durante o fim de semana.”
Em Novo Hamburgo, o chefe da Defesa Civil, Arci Fetter Júnior, afirma que, até a quarta-feira, o Rio dos Sinos estava com cota de 2,40 metros, em leitura realizada às 11 horas. “Com esse resultado, temos um acumulo de 15 milímetros de chuva em 48 horas, índice considerado normal e sem maiores efeitos”, explica Júnior.
A Defesa Civil de Novo Hamburgo e região metropolitana acompanham os volumes de chuvas locais e regionais. Mas não existe alerta de emergência e nem situação preocupante, até então.
Mesmo assim, em caso de sinistro, como enxurradas ou chuvas intensas, a recomendação é que acionem imediatamente a Defesa Civil. “Em dúvida, procure a Prefeitura para saber se sua casa está em área de risco, mantenha calhas e ralos limpos e nunca jogue sujeira no chão, pois isso impacta nos dias de muitas chuvas”, reforça Júnior.
Conforme a MetSul, a precipitação que teve início nesta semana tem potencial de ser o mais significativo em muitos meses no Estado. “Somente entre terça e quarta-feira da semana que vem, pelos dados de hoje, o tempo firmaria no Rio Grande do Sul com a chegada de ar mais seco e frio impulsionado por uma área de baixa pressão no oceano, mas já na segunda, o tempo tende a começar a apresentar uma melhoria gradual no território gaúcho”, completa Estael.
O começo do fim
Estael reforça, ainda, que essa precipitação é o começo do fim da estiagem, que impôs mais uma safra de perdas enormes para o campo gaúcho. Houve perdas severas em todas as culturas, entre elas, milho, soja, criação de gado de corte e produção leiteira. “Levantamento do setor cooperativo mostrou que as perdas na soja serão de 43%. O percentual foi calculado após levantamento realizado em março, por 21 cooperativas.”
A colheita de soja no Rio Grande do Sul está em andamento e, outra vez, será frustrada em parte do Estado. De acordo com a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul, em algumas regiões, como a das Missões, assim como na metade sul, as perdas passam de 70%, ou seja, quase totais.
“Uma estiagem não acaba em horas e tampouco em dias, mas às vezes chega ao fim em semanas. A regra, entretanto, é um processo que leva meses. Deve ser o caso do Rio Grande do Sul. Os déficits acumulados de precipitação são tão elevados, perto ou acima de 1.000 mm, na maior parte dos municípios gaúchos que a normalização tardará meses”, explica Estael.
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