A chuva que trouxe refresco para o calorão, também é motivo de preocupação extra para os agentes de endemias. Isso porque locais que antes estavam secos voltaram a acumular água, eclodindo as larvas do mosquito da dengue. Por isso, a população precisa ter atenção redobrada com água parada. O Rio Grande do Sul vive uma epidemia de dengue, com três mortes registradas e 3.840 casos confirmados. Em oito dias, o número de casos confirmados na região de cobertura do Grupo Sinos cresceu 63%.
Na terça-feira na semana passada, o Painel de Casos de Dengue da Secretaria Estadual da Saúde (SES) indicava 1.073 notificações, 378 em investigação e 429 casos confirmados, distribuídos em 21 cidades.
Nesta quarta-feira (14), o quadro era de 1.819 notificações, 604 em investigação e 702 exames positivos, em 35 municípios. Novo Hamburgo continua como cidade da região onde há mais casos da doença, com 390 pessoas contaminadas, crescimento de 74% em relação a terça-feira da semana passada, quando havia 224 moradores com dengue.
Com o aumento de casos, as prefeituras têm realizado aplicações de inseticida com mais frequência. Em Novo Hamburgo, em todas as terças-feiras de fevereiro, a caminhonete com inseticida contra o mosquito passará na Vila Diehl e nas quartas-feiras, na Boa Saúde. Os bairros são os que concentram o maior número de casos. Além disso, nesta semana, haverá aplicação nas escolas municipais.
Em Parobé, neste sábado (17) a prefeitura promove mutirão de limpeza na Vila Feliz e na Fazenda Pires, das 8 horas às 11h30. Os agentes farão visitas em todas as casas abertas, auxiliando a eliminar focos de água parada e orientando a comunidade, ao que mesmo tempo que recolhe objetos que possam ser criadouros de mosquito.
Em Ivoti, a prefeitura tem feito a aplicação nos arroios, além das visitas de fiscalização. Em Igrejinha, a pulverização de inseticida também tem sido realizada em áreas identificadas com maior infestação.
Nesta quarta-feira, foi a vez do Cemitério Municipal de Estância Velha receber a aplicação de inseticida. Aliás, o local é um exemplo do que não se deve fazer para facilitar a proliferação de mosquito. Em uma vistoria rápida, os agentes encontraram água parada em um ralo entupido e dentro de um vaso de flor. No vaso, que tinha buraco para água escoar, o problema foi um plástico de arranjo de flores deixado dentro do recipiente.
No município, um mutirão de limpeza é organizado para a próxima semana. Segundo a agente de endemias, a população pode colaborar mais. “Parece que só a prefeitura tem que limpar. Eles não pegam essa responsabilidade para si. Como que a prefeitura virá no meu pátio para virar um pote cheio de água?”, reflete.
Estância Velha ainda utiliza a metodologia do programa amostragem de Aedes aegypti por meio de armadilhas de postura (ovitrampas), pois foi selecionada pelo governo do Estado para participar de um projeto. Enquanto que por meio das armadilhas tradicionais é possível analisar a quantidade de larvas, o ovitrampas contabiliza o número de ovos do mosquito. É utilizada uma mistura de levedo de cerveja na armadilha, que atrai a fêmea do Aedes.
Somente em janeiro mais de 5 mil ovos foram encontrados nas armadilhas, a maioria nos bairros Rincão dos Ilhéus, Sol Nascente, União, Floresta e Lago Azul. “Como isso a gente sabe que a fêmea está circulando naquela região e é possível tomar as medidas de combate”, explica.
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