Pelos estandes da Brazilian Footwear Show (BFShow), nota-se, além do esforço por chamar a atenção dos compradores, também a preocupação em destacar tecnologias e novidades. O evento começou terça-feira (21) e vai até esta quinta-feira (23) na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).
Novas coleções já antecipando as tendências das próximas estações estão entre as apostas de empresas como a Arezzo, que levou para seu estande a linha de chinelos da marca Brizza. Além disso, a empresa também aproveitou para apresentar os produtos da parceria com a Reserva.
“São duas marcas que estamos em constante prospecção de clientes, são as mais novas, que ainda temos um potencial de abertura de novos clientes bastante grande”, explica Priscila Simon, diretora comercial da Arezzo&Co.
Tecnologia
Em meio a um ano de dificuldades em segmentos como multimarcas e exportações, o investimento tecnológico foi fundamental para a Usaflex chegar ao fim do ano alcançando os objetivos traçados no início de 2023. “A nível de resultado alcançamos o esperado, o volume de vendas foi menor, mas como a gente teve muita captação de performance e produtividade, conseguimos compensar”, explica o CEO da empresa, Sérgio Bocayuva.
Ele conta que graças ao investimento em tecnologia foi possível adotar uma estratégia de venda mais agressiva já durante a BFShow. “A Usaflex se diferencia em questão de inovação e tecnologia e viemos com uma coleção muito mais competitiva, 60% da nossa coleção está com preço abaixo dos R$ 300, o que é uma novidade para um produto dessa qualidade que é o couro.”
Esporte
Outro destaque são os calçados destinados para a prática de esportes. A Vulcabras apresentou toda a linha de produtos pensados e pesquisados no centro tecnológico da empresa sediado em Parobé, no Vale do Paranhana.
Um dos modelos foi o Corre 3, que foi entregue a autoridades como o governador Eduardo Leite e o deputado federal Lucas Redecker pelas mãos do CEO da Vulcabras, Pedro Bartelle. Além de assinar a marca própria Olympikus, a empresa também trabalha com a Mizuno e a Under Armour. Os calçados da empresa são focados nos praticantes de esportes e até maratonas.
Equipe voltada só para o mercado dos esportivos
“Criamos um setor de moda esportiva, onde vão trabalhar mais 30 pessoas dedicadas somente a criar produtos mais modais, não vamos esquecer as características esportivas, mas serão produtos mais para o dia a dia”, explicou Pedro Bartelle.
O CEO da Vulcabras diz que essa necessidade nasceu de um crescimento do esporte como um todo. “Apesar de que no Brasil só 30% da população pratica atividade física, mas o que mais cresce é que o produto esportivo foi pro cotidiano das pessoas.” Bartelle também destaca a atenção por conta da Olimpíada em 2024, que tende a aumentar o interesse pelo esporte. Ele destaca inclusive o estímulo a novos atletas.
Marca traz um modelo quepermite passagem de água
Ainda na linha esportiva, mas nesse caso voltado para quem gosta de contato direto com a natureza em trilhas e cachoeiras, a Macboot trouxe para a BFShow um tênis que oferece uma proposta nova. Ao invés de ser impermeável, o calçado permite a passagem de água, ao mesmo tempo que também proporciona que a mesma saia. “Assim as pessoas podem entrar em uma cachoeira, mas a água não ficará acumulada”, explica o gerente de marketing da Macboot, Gabriel Lemos Silva.
Com um design perfurado, o calçado foi batizado como Mergulhão, uma homenagem a uma espécie de pássaro que caça peixes dando um rápido mergulho na água e sai em seguida. Foi esta ave que serviu de inspiração para o tênis.
De olho no perfil dos consumidores
Atenta à mudança no perfil dos consumidores, a Vulcabras criou uma equipe dedicada apenas a estudar as tendências de moda esportiva no cotidiano. O grupo formado por 30 profissionais e trabalha junto ao centro de tecnologia e desenvolvimento da empresa, sediado na cidade de Parobé.
Com isso, a empresa pretende levar para as ruas o estilo visto nas pistas e quadras do País e do mundo.
O CEO da Vulcabras, Pedro Bartelle, explicou que a empresa não vai deixar de lado o investimento em calçados para performance esportiva, mas que pretende também acompanhar uma tendência atual.
Os números do setor emcoletiva da Abicalçados
Entre janeiro e setembro deste ano a indústria calçadista do Brasil teve uma queda de 1,6% na produção e redução 14% no volume exportado. Os números foram apresentados no final da manhã desta quarta-feira (22) durante a BFShow, promovida pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).
Balanço
Os dados foram apresentados durante a coletiva de imprensa que contou com a presença dos organizadores, empresários do setor e representantes da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
Nos nove primeiros meses do ano o Brasil embarcou 102,45 milhões de pares, alcançando uma receita de US$ 1 bilhão. Até o fim deste ano, as exportações devem chegar a 124,3 milhões de pares, acumulando uma queda de 12,4% no comparativo com 2022.
Alerta sobre concorrência de importados
Entre os pontos debatidos na BFShow esteve a concorrência ao calçado brasileiro, especialmente vinda da Ásia. Um dos pontos destacados é a isenção de impostos para compras de até US$ 50 feitas através do e-comerce para produtos estrangeiros. “Em um primeiro momento isso é bom para o consumidor, mas traz prejuízos a longo prazo”, afirmou o CEO da Usaflex e conselheiro da Abicalçados, Sérgio Bocayuva.