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ÁLCOOL NO TRÂNSITO: 44% dos motoristas que morreram em acidentes no RS beberam antes de dirigir; veja dados do Detran

Último levantamento revela aumento de quase 5% em relação ao ano anterior

Susete Mello
Publicado em: 20/12/2023 às 17h:26 Última atualização: 20/12/2023 às 18h:00
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Cinco meses após o acidente com Rosana Emília Rodrigues Motta, a turista de São Paulo que veio ao Rio Grande do Sul para conhecer Gramado, a família trava uma luta diária para suprir os cuidados que a vítima necessita. Rosana segue sem falar ou andar e ainda precisa se alimentar por sonda. “A gente alterna em quem vai chorar hoje, pois foi um baque em uma família saudável que ficou doente”, conta a filha Jaqueline Rodrigues Motta, 30. Clique aqui e leia a entrevista completa com ela.

Acidente aconteceu no domingo do dia 23 de julho | Jornal NH



Acidente aconteceu no domingo do dia 23 de julho

Foto: Polícia Civil

O carro em que a vítima estava foi atingido por outro, conduzido por um motorista embriagado, que segue preso. E alerta sobre as consequências do álcool nas estradas não falta. O delegado Ivanir Caliari, responsável pela investigação, enfatiza que os condutores que pegam o volante após ingerir bebida alcoólica colocam em risco a vida de terceiros, mas principalmente a própria.

Na terça-feira (19), o Departamento de Trânsito gaúcho (Detran/RS) divulgou que o índice de presença de álcool em vítimas fatais do trânsito está crescendo nos últimos cinco anos. Em 2022, 44% dos condutores mortos em acidentes de trânsito tinham a presença de álcool no sangue, sendo que, nos outros anos, o percentual era de 39,2% em 2021, 39,7% em 2020, 37,2% em 2019 e 37,6% em 2018.

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Outro apontamento é da Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Rio Grande do Sul. A embriaguez no volante está entre as três infrações que geram maior risco ou potencializam lesões em acidentes. As demais são excesso de velocidade e as ultrapassagens indevidas.

É por isso que a PRF gaúcha iniciou na terça a Operação Rodovia, que irá até março de 2024. Nesse período, a PRF reforçará o efetivo em serviço, aumentando o emprego do policiamento ostensivo para fomentar maior segurança dos usuários das rodovias. Também direciona as ações especialmente para os locais e horários nos quais as estatísticas demonstram haver maior incidência de acidentes.

Além de ter o foco nas três infrações já citadas, o combate ao crime também será reforçado, com apoio do serviço de inteligência, para prender criminosos, recuperar veículos roubados e retirar armas ilegais e drogas de circulação.

Outros dados divulgados pelo Detran

  • Entre 2018 e 2022, foram registradas 8.083 mortes no trânsito do Estado, dos quais 4.598 de motoristas de carro ou motociclistas. Do total de condutores mortos, 3.267 casos (71%) tiveram resultado conclusivo do exame de alcoolemia.
  • Em 2022, 295 pessoas que conduziam veículo tiveram resultado positivo no exame de alcoolemia realizado pela perícia do Estado – isso significa que 44% dos condutores e motociclistas apresentavam uma concentração de álcool na corrente sanguínea superior a zero decigrama por litro (dg/L) no momento do acidente.
  • O percentual de mortos com presença de álcool no sangue foi maior entre motoristas de veículos de quatro rodas, chegando a 49% de um total de 374 vítimas. Entre os 291 motociclistas mortos e testados, o percentual de alcoolemia foi de 38%. Embora menor que entre os motoristas, o índice de alcoolemia entre motociclistas cresceu 7,8% em relação aos últimos anos, quando estava em torno de 30%.
  • Em 2022, a proporção de alcoolizados entre os homens segue em uma crescente, chegando no maior índice da série histórica, com 45%. Já entre as mulheres observa-se que o índice ficou muito próximo de sua média histórica, atingindo 32%.
    Em 2022, o turno da madrugada teve grande destaque por apresentar o maior índice de alcoolemia desde 2018, chegando a 75%. Nos finais de semana, a alcoolemia entre motoristas mortos aumentou, atingindo 60%, ou seja, a maior marca desde o início do monitoramento.
  • A Balada Segura em 39 municípios, mostrou que as prefeituras que aderiram ao programa registraram redução média de 9,6% nos acidentes com morte nos 36 meses que se seguiram à implementação. Aproximadamente metade dos municípios integrantes do Balada Segura perceberam uma redução no quantitativo de acidentes fatais no período de um ano após a adesão. O percentual sobe para 71,4% dos municípios, apresentando um decréscimo de acidentes com morte no período de três anos.
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