Uma tragédia mudou completamente a vida da família de Rosana Emilia Rodrigues Motta, de 59 anos. Ela, que mora em Itapetininga, São Paulo, veio com o marido, 58, e o filho, 17, ao Rio Grande do Sul com um objetivo: conhecer Gramado.
No domingo do dia 23 de julho, no entanto, o cenário mudou e se tornou “um sonho que virou pesadelo”, como resumiu a filha mais velha do casal, Jaqueline Rodrigues, 29.
Rosane e a família usavam um serviço de translado para se deslocar do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, rumo a cidade da Serra gaúcha quando um Honda Civic, conduzido por Diego Cardoso Souza de Oliveira, 30, atingiu o Fiat Cronos que estavam na RS-115. O delegado Ivanir Luiz Moschen Caliari, responsável pela investigação, afirma que ele estava embriagado no momento do acidente. (Veja o posicionamento da defesa)
Imagens de câmera de videomonitoramento da via mostram o veículo trafegando no sentido Três Coroas-Igrejinha na contramão da rodovia.
Enquanto os outros cinco envolvidos na batida saíram com ferimentos leves, Rosane teve lesões no crânio com perda de parte da massa encefálica. Assim como os demais, foi levada ao Hospital de Três Coroas, mas pelo estado grave da vítima, teve que ser encaminhada ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Canoas, onde está desde então.
No momento em que soube o que aconteceu com a mãe, Jaqueline se deslocou ao RS com a roupa do corpo. Na segunda-feira (31), a filha mais velha da vítima contou à reportagem um pouco sobre a rotina da mãe e do pai, Wanderley Roberto Motta, que segue no Estado desde que o acidente aconteceu. Além disso, Jaqueline falou um pouco sobre a mãe e a “sensação de justiça” que sentiu quando soube que Oliveira havia sido preso preventivamente pela manhã.
Expectativa
No fim da noite de segunda, a equipe médica iniciou o processo de retirada dos sedativos de Rosana. Conforme Jaqueline, a mãe segue em estado de coma, mas a expectativa é que a vítima apresente reações cerebrais, o que deve definir o próximo passo do tratamento. “Ainda temos esperança de que ela acorde”, diz a filha.
A família ainda não tem previsão para encaminhá-la para mais perto dos parentes, em São Paulo, porque “qualquer manejo pra ela ainda é muito crítico”.
Até o momento, também não há previsão para que outros familiares se desloquem a Canoas. Jaqueline explica que, como a mãe está na UTI, apenas uma pessoa pode vê-la por visita. O irmão, que estava com os pais no momento do acidente, voltou para Itapetininga e está sob assistência de parentes.
A avó materna de Jaqueline também. A idosa de 89 anos tem Doença de Alzheimer era cuidada por Rosana. “Minha avó tem Alzheimer avançada, quase não se entende o que ela fala, já não anda mais e tem dificuldade de se alimentar sozinha, então essas tarefas ficavam com minha mãe”, explica.
Perfil no Instagram
Antes do suspeito de causar o acidente se apresentar à Delegacia de Polícia de Três Coroas, a família da vítima criou um perfil na rede social para relatar o caso e cobrar órgãos de segurança por justiça.
No perfil, mantido pelos filhos, há postagens pedindo apoio dos gaúchos para pressionar as autoridades e também relatos de como era a rotina da mãe antes da fatalidade. Veja:
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