CAPITAL
Água volta a avançar em áreas de Porto Alegre que já estavam secas
Ruas 21 de Abril e Alcides Maia, no bairro Sarandi, passam por novas enchentes
Última atualização: 23/05/2024 20:20
O sistema de prevenção e bombeamento das águas em Porto Alegre está colapsado. Com isso, a chuva intensa e aumento no vento que represa o escoamento do Lago Guaíba, fazem as águas que já haviam recuado voltarem a inundar áreas da capital nesta quinta-feira (23).
A prefeitura da capital determinou a suspensão das aulas nas escolas privadas e públicas onde tinham sido retomadas. Parte dos estabelecimentos ainda estava fechada pelo impacto e permanência da enchente em bairros da cidade. O fechamento de outros equipamentos públicos em áreas alagáveis, como postos de saúde, também foi anunciado.
Em coletiva de imprensa, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), afirmou que a chuva extrema foi acima do que era esperado e piora ainda mais a situação da cidade, atingindo mais bairros. "Aquilo que era o problema das áreas alagadas estendeu-se praticamente por toda a cidade com essa chuvarada", disse.
Além disso, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) vai fechar novamente as comportas de contenção do sistema antienchente nesta tarde. O órgão anunciou que fará barreiras com sacos nos locais onde os portões foram arrancados pelo poder público (a fim de acelerar o escoamento nos últimos dias) ou afetados pelas águas.
O acúmulo de água atinge tanto bairros afetados em que a água estava baixando, como Menino Deus, Cidade Baixa e Centro Histórico, quanto outras que tiveram menor ou nenhuma inundação anteriormente, como na Cavalhada e na Ponta Grossa. Com a situação, foi necessário realizar o resgate de pessoas ilhadas, principalmente na zona sul, onde a maior parte não é protegida por diques.
Em locais onde a água tinha baixado, como nas Ruas 21 de Abril e Alcides Maia, no bairro Sarandi, na zona norte, a elevação da enchente causou transtornos aos moradores, que já haviam limpado suas residências na quarta-feira (22) enquanto fazia sol.
Saionara Gomes, de 52 anos, perdeu tudo nas enchentes. A água chegou a 1,5 metro dentro de sua residência. "Os móveis estão todos empilhados nos canteiros. Estou preocupada com toda essa chuva que está vindo agora. Ontem (quarta-feira), os garis estavam limpando, mas tem muitos bueiros entupidos?', disse preocupada a dona de casa, que ficou mais de duas semanas abrigada na casa de familiares com os dois filhos.