Com piloto de Porto Alegre e copiloto de Ivoti, o primeiro voo comercial após a catástrofe climática que forçou o fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, pousou nesta segunda-feira (21), às 8h10.
Foto: Paulo Pires/ GES
VÍDEO: Gaúchos no comando e aeronave com pintura especial são destaques na retomada do Salgado Filho
Operado pela Azul Linhas Aéreas, o voo partiu de Campinas, São Paulo, marcando um momento simbólico e histórico para a capital gaúcha, já que é a primeira vez que o maior terminal da região Sul do Brasil precisou interromper suas atividades por quase cinco meses devido a uma enchente.
O fechamento do aeroporto trouxe severos impactos à logística, economia e turismo no Estado, afetando negócios que dependiam do transporte aéreo. Empresas foram forçadas a redirecionar voos para a Base Aérea de Canoas, porém de uma forma reduzida.
Para celebrar o momento de retomada, a Azul designou uma dupla de gaúchos para comandar o voo. O comandante Carlos Coster, de 40 anos, natural de Porto Alegre, e o copiloto Henrique Schneider, de 26, de Ivoti, formaram a tripulação.
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Carlos, que já acumula 15 anos de carreira, 14 deles na Azul, descreveu a emoção de fazer parte desse momento:
“Sempre fui apaixonado por voar, desde criança gostava de viajar, especialmente em voos com muitas escalas. Hoje, é um grande orgulho operar o voo de retomada, depois de meses. No Rio Grande do Sul, nós temos uma percepção de que tudo é batalhado e reconstruído, somos um povo forte e que cultiva a ideia de olhar sempre para frente. É algo que aprendi com a minha própria família, que veio para cá em situações adversas: levantar a cabeça, dar sempre o seu melhor e ter orgulho das suas origens”, explicou.
Henrique, que atua como copiloto há três anos, também demonstrou orgulho ao participar do voo em um dia tão especial, que coincidiu com seu aniversário. Durante as enchentes, Henrique colaborou com os resgates aéreos na Serra Gaúcha, atuando como voluntário e ajudando na identificação de coordenadas para salvar vítimas.
“Eu pedi para fazer esse voo, que é muito especial e emocionante, bem no dia do meu aniversário. Passamos por um momento muito desafiador e agora é a hora da retomada”, afirmou.
A Azul, que durante a crise climática foi a primeira a operar voos emergenciais para Canoas, é agora também a primeira a pousar com um Airbus A320 customizado em homenagem ao Rio Grande do Sul. Com uma pintura que celebra a cultura gaúcha, a aeronave foi recebida como um símbolo da retomada.
Reabertura do aeroporto é um marco
A reabertura do aeroporto é um marco para a recuperação do Rio Grande do Sul. A enchente de maio causou graves danos à infraestrutura do terminal, que precisou passar por um processo de reconstrução, incluindo reparos na pista e em equipamentos.
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O aeroporto volta a operar parcialmente, com uma pista reduzida de 1,7 quilômetros, enquanto os trabalhos para restaurar sua extensão completa de 3,2 quilômetros continuam. A previsão de conclusão dos trabalhos é 16 de dezembro, quando a Fraport, concessionária que administra o terminal, espera voltar a receber voos internacionais.
Neste início, o Salgado Filho operará 71 voos diários, entre pousos e decolagens, com esse número subindo para 122 em novembro. As companhias Azul, Gol e Latam já confirmaram o reinício de suas operações, e as vendas de bilhetes estão abertas.
Na última sexta-feira (18), a cerimônia de reinauguração do terminal reuniu autoridades, incluindo ministros e executivos da Fraport, responsável pela administração do aeroporto. O primeiro pouso na pista reformada foi realizado por uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), trazendo uma comitiva de Brasília.
O retorno das operações no Aeroporto Salgado Filho representa um passo crucial para a recuperação econômica do estado, marcando o início de um novo capítulo após um período de adversidade.
Aeroporto Salgado Filho
Isaías Rheinheimer/ GES-Especial
Aeroporto Salgado Filho
Isaías Rheinheimer/ GES-Especial
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