Ministros do governo federal e o alto comando da Fraport, concessionária responsável pelo Aeroporto Internacional Salgado Filho, reuniram-se no fim da tarde desta terça-feira (18) em Brasília para tratar da recuperação da estrutura, que ficou um mês debaixo d’água.
A Fraport informou que a limpeza do terminal avançou muito nos últimos dias, mas pediu prazo de quatro semanas para concluir as análises técnicas da situação da pista e demais equipamentos, como subestações de energia elétrica.
O resultado do diagnóstico deve ser divulgado pela Fraport dia 18 de julho, quando o CEO global da empresa, Stefan Schult, estará no Brasil. Ele participou por videoconferência da reunião desta terça-feira e reafirmou que a empresa não cogita entregar a concessão do Salgado Filho. Inclusive garantiu que há interesse em fazer novos investimentos no País.
Durante a reunião, os ministros Rui Costa (Casa Civil), Paulo Pimenta (Reconstrução) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) defenderam que o aeroporto precisa ser reaberto antes de dezembro. Por enquanto a Fraport fala em retomar as atividades “perto do Natal”. Eles lançaram um desafio.
O entendimento do governo é que, independente do resultado da análise técnica das condições da pista, há tempo suficiente para fazer os devidos ajustes e iniciar uma operação parcial no Salgado Filho na primeira quinzena de outubro. “A Fraport não disse nem que sim, nem que não”, informou uma autoridade que participou da reunião.
O ministro de Portos e Aeroportos conversou com jornalistas após a reunião com a Fraport. Disse que a concessionária não fez, ao menos durante o encontro, nenhum pedido oficial de apoio financeiro para a retomada do aeroporto.
A Fraport já protocolou na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) um pedido de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato alegando perdas com a enchente em si e com o fechamento do aeroporto por meses. A concessionária já tem outro reequilíbrio em andamento, este das perdas da pandemia. Inclusive tenta antecipar recursos que ainda faltam ser pagos pelo governo.
Na reunião com os ministros, Stefan Schult teria dito que a Fraport vai utilizar o dinheiro da indenização do seguro privado do aeroporto e buscar recursos junto ao BNDES. Depois Fraport e governo sentam novamente para ajustar seus interesses.
A CEO da Fraport no Brasil, Andreea Pal, chegou a informar nas últimas semanas que o custo para retomar a plena operação do Salgado Filho pode chegar a R$ 1 bilhão. O dinheiro do seguro seria inferior a R$ 200 milhões.
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