Vazou na manhã desta sexta-feira (12) parte da conclusão dos técnicos que trabalharam na avaliação das condições do pavimento e da base da pista de pousos e decolagens, das taxiways e do pátio de aeronaves do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. A área ficou um mês debaixo d’água.
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Conforme revelado pelo Grupo Sinos em 29 de maio, quando foi possível acessar toda a extensão da pista, o pavimento da parte mais a oeste (próximo ao Viaduto Leonel Brizola e à Avenida Zaida Jarros) foi danificado pelo alagamento. Naquele dia o asfalto estava esfarelando. A dúvida era quanto à dimensão do problema também na base do pavimento.
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E os técnicos concluíram que será preciso mexer também na camada que fica sob o asfalto. A informação foi revelada na manhã desta sexta-feira pela Rádio Gaúcha e confirmada pelo Grupo Sinos. Oficialmente nem a Fraport e nem o governo federal falam sobre o assunto, que será detalhado em uma reunião marcada para segunda-feira (15).
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A expectativa é que, neste dia, a Fraport apresente ao Ministério de Portos e Aeroportos detalhes da análise técnica e também um plano de recuperação da pista. Logo que a água baixou, a concessionária projetou que o aeroporto voltaria a receber aviões de passageiros somente em dezembro, perto do Natal.
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O governo trabalha com o prazo de outubro, conforme reafirmou nesta semana o ministro extraordinário da Reconstrução, Paulo Pimenta. Ele defende uma retomada gradativa nas operações, sem a necessidade de que o Salgado Filho esteja como antes da enchente para voltar a funcionar.
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O plano de obras que está em fase final de elaboração prevê que a reforma poderá acontecer sem que a pista esteja totalmente interditada. Nesse caso, os aviões utilizariam a parte mais a leste da pista, que é nova. A cabeceira 29 não chegou a ser alagada, tanto que aviões de pequeno porte que ficaram ilhados já conseguiram decolar.
É possível operar voos domésticos com pista menor, diz comandante
Depois da ampliação feita pela Fraport, a pista de pousos e decolagens do Salgado Filho passou a ter uma extensão de 3.200 metros. É mais que o dobro do tamanho da pista do aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio de Janeiro, que tem 1.323 metros, e bem maior que a pista de Congonhas, em São Paulo, que mede 1.940 metros.
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O experiente comandante Nelson Riet, que trabalhou por 40 anos na Varig e coordena o projeto do Aeroporto 20 de Setembro, em Portão, lembra que a pista “antiga” do Salgado Filho tinha 2.280 metros de extensão. “Com 1.700 metros liberados já pode haver operação sem restrições para linhas domésticas”, avalia.
Riet pondera, no entanto, que nessas condições os voos internacionais continuariam suspensos em Porto Alegre. É que com pista menor para pousar e decolar os aviões precisam estar com menos peso, ou seja, menos combustível, inviabilizando rotas mais longas. Os voos diretos que ligavam Porto Alegre a Portugal, ao Panamá, a Santiago, a Buenos Aires e a Montevidéu estão operando em Florianópolis.
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