FRAUDE JURÍDICA

Advogado de Novo Hamburgo é investigado por falsificar documentos para beneficiar preso de facção

Deic apreendeu documentos e aparelhos eletrônicos no escritório do criminalista na manhã desta terça-feira

Publicado em: 30/05/2023 22:39
Última atualização: 26/03/2024 14:47

Para favorecer um cliente preso, membro de facção, um advogado de Novo Hamburgo tentou enganar o Judiciário com documentos falsificados. A fraude foi descoberta pela Polícia Civil, que cumpriu mandado de busca e apreensão no escritório do criminalista, na área central da cidade, na manhã desta terça-feira (30). Conforme a investigação, o acusado agiu com ajuda de um colega de Cruz Alta. Os nomes não são revelados porque a investigação está em andamento.


Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão nos dois escritórios nesta terça-feira Foto: Polícia Civil

Os dois são alvos da Operação Falsum Indicium, da 2ª Delegacia de Combate à Corrupção do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Conforme o delegado Augusto Zenon, foi apurado que eles falsificaram uma decisão do juiz responsável pela Central de Transferência de Presos da Comarca de Porto Alegre.

O documento forjado autorizava a permuta entre detentos da Penitenciária Estadual de Porto Alegre e do Presídio Estadual de Cruz Alta. Os advogados chegaram a enviar por e-mail o despacho falso ao juiz da Vara de Execuções Criminais da cidade situada na região central do Estado.

Eles não conseguiram

“A fraude foi constatada e a permuta não foi efetivada”, frisa o delegado. Segundo ele, os criminalistas não são sócios. “Trabalharam juntos nesse caso”. Zenon revela que está sob a investigação a possibilidade de haver outras tramoias documentais para atender aos interesses de presos de facções. No escritório de cada um, foram apreendidos celulares, computadores e documentos diversos.

Criminalista do Vale do Sinos já tem antecedentes

O advogado de Novo Hamburgo já tem antecedentes por fraude processual. Conforme o delegado, ele apresentou atestado médico falso para conseguir prisão domiciliar a um detento durante a pandemia. Tentou colocar o cliente no grupo de risco durante a pandemia da Covid-19.

Ele e o colega de Cruz Alta devem ser indiciados por fraude de documento público, uso de documento falso e associação criminosa.

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