JUSTIÇA
Acusado de matar o filho de 4 anos com um tiro é absolvido durante júri; entenda
Crime aconteceu em março de 2022; réu alegava que disparo, que acertou a criança no pescoço, teria sido acidental
Última atualização: 01/05/2024 13:57
Um crime que chocou São Leopoldo há dois anos teve desfecho nesta terça-feira (30), no Foro da cidade. Réu pela morte do próprio filho, um menino de 4 anos, Jocelei de Mello Alves, 46, foi absolvido durante julgamento que teve cerca de oito horas de duração.
O fato, que vitimou o filho caçula de Alves, aconteceu no dia 28 de março de 2022, na casa onde a família residia, no bairro São Miguel. À Polícia, na época, Alves alegou que o disparo teria sido acidental, durante uma briga dele com a esposa.
Atingida no pescoço, a criança ainda chegou a ser socorrida pelo casal ao Hospital Centenário, mas deu entrada na casa de saúde já em óbito. Preso em flagrante, Alves seguia recolhido desde a data do crime na Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), em Charqueadas. Na data do fato, a Polícia informou que a arma do crime não havia sido apreendida, uma vez que Alves teria se desfeito do revólver em um córrego.
Na época do fato, em depoimento na Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), o acusado alegou que não teve intenção de matar o filho. Alves disse que durante a discussão apontou a arma para a mulher, mas o revólver escorregou porque ele tinha graxa nas mãos. Por isso, o disparo acertou o menino, que estava em outro cômodo da residência.
Denunciado pelo Ministério Público por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar), Alves acabou sendo absolvido pela chamada "tese defensiva de clemência". Responsável pela defesa do réu, o defensor público Lisandro Luís Wottrich explica que durante sua fala, pediu a absolvição pela clemência dos jurados, no sentido de perdão.
"A minha tese foi de que não havia porque ser condenado, já que a vida já o havia punido com a perda do que mais amava. Ele foi absolvido e o alvará de soltura expedido ao final do júri", conta.
A reportagem não conseguiu contato com o Ministério Público para comentar o resultado do júri.