O início da operação do novo radar meteorológico do Estado, que será instalado no Morro São João, em Montenegro, ainda não tem uma data prevista para começar. Nesta semana, havia expectativa de que o equipamento chegasse ao topo do morro e iniciasse a montagem. Inclusive, na quarta-feira (31), técnicos da República Tcheca trabalharam nos preparativos das peças no quartel do Corpo de Bombeiros.
Na quinta-feira (1º), o material foi colocado em um caminhão, com destino ao local de instalação. Mas o caminhão guindaste, que faria o içamento das peças, que subiu depois, tombou quando se aproximava do topo do morro.
O acidente aconteceu por volta do meio-dia no momento em que o motorista tentava vencer uma curva da Estrada Claudio Kranz, uma via estreita, de chão batido, que dá acesso ao topo.
O veículo capotou morro abaixo, em meio à vegetação, ao menos três vezes, abrindo uma clareira na mata fechada. Conforme a Defesa Civil do Estado, apesar do susto, o motorista sofreu apenas escoriações leves.
O Morro São João tem altitude máxima de 172 metros e já abriga outros equipamentos, como antenas de telefonia. Além disso, é um dos pontos turísticos de Montenegro e muito frequentado pelos moradores. No local há uma imagem de São João Batista, padroeiro da cidade.
De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, a empresa responsável pelo radar, a Climatempo, está fazendo um novo diagnóstico e irá traçar uma estratégia para a instalação. No entanto, não há uma definição de quando uma nova operação será realizada.
Com alcance de 150 quilômetros, o novo radar, assim que entrar em operação, terá raio de ação na Região Metropolitana, nos Vales (Caí, Taquari, Pardo, Sinos e Paranhana), Litoral Norte e partes da Costa Doce e da Serra.
O equipamento vai melhorar a capacidade de monitoramento e alerta, auxiliando a Defesa Civil na preparação e na resposta a possíveis desastres.
Só o radar resolve?
No entanto, como explica a meteorologista da MetSul Estael Sias, apenas o radar não é suficiente para garantir previsões sobre o comportamento do tempo. “O que faz a previsão de volume de chuva é modelo matemático e a análise de um meteorologista experiente, que analisa vários modelos”, diz.
“O radar é uma ferramenta de diagnóstico. Ele mostra onde a chuva já está acontecendo e só vai mostrar a chuva depois que começar a chover”, complementa.
Segundo Estael, às vezes há uma confusão em achar que o radar vai ser a solução do sistema de alerta do Rio Grande do Sul, que já apresentou falha na previsão. “Então o que determina o sucesso de uma previsão é uma equipe experiente, a comunicação clara, os sistemas de alerta muito bem organizados, o treinamento da defesa civil, da população em receber esse alerta, saber como agir e ter planos de contingência”, salienta.
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