MUDANÇA DE CENÁRIO
"A Refap não será vendida", confirma o presidente da Petrobras sobre a refinaria de Canoas
Em visita ao RS, Jean Paul Prates também revelou que dentro de cinco anos a Refap deverá produzir apenas diesel S10
Última atualização: 26/03/2024 16:16
“Venho confirmar que a Refap não será vendida”. A fala é do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, durante entrevista coletiva no final da tarde desta sexta-feira (26), na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).
Prates aproveitou o encontro com o presidente da entidade, Gilberto Petry, para confirmar que a Refinaria Alberto Pasqualini, localizada em Canoas, está fora da lista de vendas da Petrobras. O anúncio da não privatização marcou a primeira visita de Prates a uma refinaria desde que se tornou presidente da estatal brasileira.“A Refap passou por um período difícil, esteve na lista de vendas, houve também um período de incertezas, com redução de investimentos importantes e chegando até o limite. Então viemos ver essa situação e confirmar que a Refap não será objeto de venda absolutamente.”
Para tornar isso possível, Prates explicou que existe na refinaria um plano estratégico para 2024 e pelos próximos cinco anos. “Além de um ajuste no plano estratégico atual e diretrizes que já soltamos ao mercado. Um deles é o investimento no refino nas unidades que já temos”, confirmou.
Um dos motivos citados pelo presidente da Petrobras é o fato de ter muito a ser feito antes de pensar em construir novas refinarias. “Vamos terminar as obras que temos que finalizar, corrigir eventuais erros, mas de fato, temos bastante capacidade de refino que podemos retirar dos ativos que já temos e uma delas está aqui, em Canoas.”
Importância
A Refap, conforme Prates, é o maior CNPJ do Rio Grande do Sul, representando cerca de 12,5% da arrecadação de ICMS no Estado. A refinaria é apontada também como fundamental para o município de Canoas.
“Cerca de 30% da receita do Município vem da Refap. Só a refinaria é a maior empresa do Rio Grande do Sul. É importante que ela se modernize. Esse ano estamos fazendo 70 anos de Petrobras, queremos que tenhamos mais 70 de Refap”, pontuou.
Mudança para S10
O diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, comunicou que além de não ser mais vendida, a Refap deve também entrar em um programa de investimento da estatal.
“Estarmos saindo do diesel S500, que precisamos substituir pelo S10, e para isso vamos precisar investir em hidro refinação na nossa Refinaria Alberto Pasqualini.” Isso significa, segundo França, retirar o enxofre residual do diesel e transformar completamente em S10. “É um investimento importante, grande, que vai trazer empregabilidade para a nossa região.”
Atualmente são produzidos 70% de diesel S10 e 30% de diesel 500. Com a mudança, serão 100% para o S10. “Isso será feito em até cinco anos. Estamos tentando fazer para que inicie já em 2026, mas ainda não sabemos, está em estudo.”
Outra novidade confirmada pelo diretor, é uma pequena unidade de coprocessamento para que possa ser produzido em Canoas, um diesel R5, ou seja, composto de 5% de óleo vegetal em sua composição final. “Também é uma proposta muito interessante, que entendemos deixar pronta até março de 2024. Seguimos buscando matéria prima renovável para o processamento.”
“Não é biodiesel”
No entanto, apesar de conter óleo vegetal, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, deixa claro que não se trata de biodiesel. “Não é biodiesel, é diesel, feito com óleo vegetal. É diferente, uma coisa é produzir biodiesel e misturar com diesel. Aqui estamos falando de colocar óleo vegetal na refinaria e produzir diesel ao final do processo. Ele entra junto com óleo cru e é transformado ali dentro com um processo que é específico da Petrobras.”
A produção do chamado R5, segundo França, é rápida, por isso o prazo é inferior à mudança em produzir apenas o diesel S10, que levará mais tempo. “A Refap vai começar a fazer parte das biorrefinarias também.”
O diesel R5 é produzido a partir do coprocessamento de óleos vegetais, no caso, de óleo de soja refinado, com óleo diesel de petróleo. O combustível sai da refinaria com 95% de diesel mineral (derivado do petróleo) e 5% de diesel renovável, também chamado de diesel verde. O primeiro lote deste combustível foi vendido em setembro de 2022 pela Petrobras.
“Venho confirmar que a Refap não será vendida”. A fala é do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, durante entrevista coletiva no final da tarde desta sexta-feira (26), na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).
Prates aproveitou o encontro com o presidente da entidade, Gilberto Petry, para confirmar que a Refinaria Alberto Pasqualini, localizada em Canoas, está fora da lista de vendas da Petrobras. O anúncio da não privatização marcou a primeira visita de Prates a uma refinaria desde que se tornou presidente da estatal brasileira.“A Refap passou por um período difícil, esteve na lista de vendas, houve também um período de incertezas, com redução de investimentos importantes e chegando até o limite. Então viemos ver essa situação e confirmar que a Refap não será objeto de venda absolutamente.”
Para tornar isso possível, Prates explicou que existe na refinaria um plano estratégico para 2024 e pelos próximos cinco anos. “Além de um ajuste no plano estratégico atual e diretrizes que já soltamos ao mercado. Um deles é o investimento no refino nas unidades que já temos”, confirmou.
Um dos motivos citados pelo presidente da Petrobras é o fato de ter muito a ser feito antes de pensar em construir novas refinarias. “Vamos terminar as obras que temos que finalizar, corrigir eventuais erros, mas de fato, temos bastante capacidade de refino que podemos retirar dos ativos que já temos e uma delas está aqui, em Canoas.”
Importância
A Refap, conforme Prates, é o maior CNPJ do Rio Grande do Sul, representando cerca de 12,5% da arrecadação de ICMS no Estado. A refinaria é apontada também como fundamental para o município de Canoas.
“Cerca de 30% da receita do Município vem da Refap. Só a refinaria é a maior empresa do Rio Grande do Sul. É importante que ela se modernize. Esse ano estamos fazendo 70 anos de Petrobras, queremos que tenhamos mais 70 de Refap”, pontuou.
Mudança para S10
O diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, comunicou que além de não ser mais vendida, a Refap deve também entrar em um programa de investimento da estatal.
“Estarmos saindo do diesel S500, que precisamos substituir pelo S10, e para isso vamos precisar investir em hidro refinação na nossa Refinaria Alberto Pasqualini.” Isso significa, segundo França, retirar o enxofre residual do diesel e transformar completamente em S10. “É um investimento importante, grande, que vai trazer empregabilidade para a nossa região.”
Atualmente são produzidos 70% de diesel S10 e 30% de diesel 500. Com a mudança, serão 100% para o S10. “Isso será feito em até cinco anos. Estamos tentando fazer para que inicie já em 2026, mas ainda não sabemos, está em estudo.”
Outra novidade confirmada pelo diretor, é uma pequena unidade de coprocessamento para que possa ser produzido em Canoas, um diesel R5, ou seja, composto de 5% de óleo vegetal em sua composição final. “Também é uma proposta muito interessante, que entendemos deixar pronta até março de 2024. Seguimos buscando matéria prima renovável para o processamento.”
“Não é biodiesel”
No entanto, apesar de conter óleo vegetal, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, deixa claro que não se trata de biodiesel. “Não é biodiesel, é diesel, feito com óleo vegetal. É diferente, uma coisa é produzir biodiesel e misturar com diesel. Aqui estamos falando de colocar óleo vegetal na refinaria e produzir diesel ao final do processo. Ele entra junto com óleo cru e é transformado ali dentro com um processo que é específico da Petrobras.”
A produção do chamado R5, segundo França, é rápida, por isso o prazo é inferior à mudança em produzir apenas o diesel S10, que levará mais tempo. “A Refap vai começar a fazer parte das biorrefinarias também.”
O diesel R5 é produzido a partir do coprocessamento de óleos vegetais, no caso, de óleo de soja refinado, com óleo diesel de petróleo. O combustível sai da refinaria com 95% de diesel mineral (derivado do petróleo) e 5% de diesel renovável, também chamado de diesel verde. O primeiro lote deste combustível foi vendido em setembro de 2022 pela Petrobras.
Prates aproveitou o encontro com o presidente da entidade, Gilberto Petry, para confirmar que a Refinaria Alberto Pasqualini, localizada em Canoas, está fora da lista de vendas da Petrobras. O anúncio da não privatização marcou a primeira visita de Prates a uma refinaria desde que se tornou presidente da estatal brasileira.“A Refap passou por um período difícil, esteve na lista de vendas, houve também um período de incertezas, com redução de investimentos importantes e chegando até o limite. Então viemos ver essa situação e confirmar que a Refap não será objeto de venda absolutamente.”