SÃO LEOPOLDO

À procura do filho há mais de 15 anos, Celina participou do mutirão de coleta de DNA

Iniciativa promovida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública tem o objetivo de facilitar a identificação de desaparecidos

Publicado em: 28/08/2024 08:17
Última atualização: 28/08/2024 08:18

Com o objetivo de facilitar a identificação de desaparecidos na região, o Ministério da Justiça e Segurança Pública promoveu, nesta terça-feira (27), em São Leopoldo, um mutirão de coleta de DNA. De forma gratuita, a campanha, que atendeu seis pessoas no total, teve a parceria da Polícia Civil (PC/RS) e do Instituto-Geral de Perícias (IGP/RS).

Celina Bernardes procura filho sumido há 15 anos Foto: Amanda Krohn/Especial

Para a perita criminal Cecília Helena Fricki Matte, chefe da Divisão Criminal de Genética Forense, o mutirão é fundamental para o avanço de investigações nesse sentido. “Todo material que as famílias de desaparecidos tenham enviado é levado para o banco de dados. Se tiver um indivíduo não identificado que tenha passado com a perícia, ele vai ter esse material genético coletado e vai para o banco de dados também, então isso vai ajudar na identificação através do cruzamento com os dados dos familiares”

A aposentada Celina Bernardes da Silva, de 75 anos, veio do bairro Boa Vista, de Sapucaia do Sul, para tentar localizar o filho Marcelo Luiz da Silva, hoje com 53 anos. “Eu não vejo ele há mais de 15 anos. Falava com ele todo dia quando ele morava comigo, mas quando se mudou para Canoas, nunca mais vi. A filha dele também procura, mas não consegue”, disse.

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Outra pessoa atendida pela ação foi a doméstica Teresinha Fátima Bastos de Matos, de 57 anos, moradora do bairro Feitoria, em São Leopoldo. Ela procura o filho Anderson Bastos de Matos, que trabalhava como autônomo e morava no bairro Rio dos Sinos quando desapareceu há mais de um ano.

“Eu vi quando uns encapuzados vieram pegar ele, alegando ser da polícia, colocando ele em um carro preto. Não era da polícia coisa nenhuma”, lembrou. “Mas meu filho não estava em perigo. Se ele estivesse em perigo, ele teria me dito”, relata a mãe.

Como funciona

As coletas são feitas por suabe oral e/ou amostras de sangue. As amostras serão processadas pelo IGP/ RS e os perfis genéticos gerados serão inseridos no Banco de Perfis Genéticos (BPG/RS), onde serão comparados com os perfis de corpos já cadastrados. Em caso de identificação positiva, seja de uma pessoa viva ou de um óbito, a família será imediatamente contatada para os procedimentos legais.

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Durante o atendimento, que leva em torno de meia hora, também são solicitadas informações sobre a pessoa desaparecida, como características físicas, roupas utilizadas, além de documentos para identificação. Até a data da ação, o banco de dados do Estado contava com o material genético de 633 corpos e de 715 famílias.

Na última vez em que a ação foi realizada no Rio Grande do Sul, em 2021, o mutirão resultou na coleta de material genético de 190 familiares, o que permitiu a identificação de 14 pessoas.

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