A Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira (14) a terceira fase da Operação Accelerare, mirando o combate ao antissemitismo, que vem crescendo no Estado e no País desde que o Oriente Médio entrou em guerra.
A ação, coordenada pela Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI), culminou na prisão de sete suspeitos e na apreensão de um adolescente por apologia ao nazismo e associação criminosa.
FAÇA PARTE DO CANAL DO JORNAL NH NO WHATSAPP
Também foram apreendidos materiais e simbologias de apologia ao nazismo. Com um dos suspeitos levados à cadeia, os policiais acharam até fardamentos inspirados na vestimenta nazista, mais armas brancas, simulacros de arma de fogo e literatura com conteúdo fascista e nazista.Conforme a delegada Tatiana Bastos, foram sete meses de investigação que culminaram na nova ofensiva. A apuração teve início após uma denúncia anônima que levou a nomes de neonazistas no Rio Grande do Sul.
Ela conta que foi graças a análise de materiais apreendidos nos últimos meses e, principalmente, do conteúdo extraído de telefones celulares, que foi possível a identificação de diversas células ou grupos neonazistas, separatistas e racistas, bem como de diversos integrantes dos grupos e suas lideranças.
“É impressionante que este tipo de movimento não para de crescer no Brasil e no mundo”, observa. “Apreendemos caixas e caixas de material fazendo apologia ao ódio racial”, completa.
Conforme Tatiana, os investigados fazem ameaças de atentados contra a comunidade judaica, que vive uma tensão desde que teve início a guerra entre Israel e Hamas.
“Notamos um aumento superior a 900% de denúncias de antissemitismo no Brasil somente no último mês“, aponta. “Isso é muito preocupante. Por isso, a caçada a células neonazistas presentes no Rio Grande do Sul vai continuar”.
Contato pela Dark Web
Segundo a Polícia Civil, existem cerca de 32 mil organizações neonazistas no mundo inteiro. A maior parte servindo a lideranças na Europa, tal qual as sete células identificadas durante a operação. “Eles se conhecem pela Internet e fazem uso da Deep Web e Dark Web para se comunicar.”
“Propagam ideias perigosas de que o Rio Grande do Sul é superior ao restante do País e se valem de uma suástica envolta em cores azul, branco e preto, que simbolizariam o Estado”, frisa. “Há muito que ainda pode ser feito para frear este movimento, que é nocivo à população”, conclui a delegada.
LEIA TAMBÉM