NEGÓCIOS
60% das 26,7 mil empresas ativas em São Leopoldo são MEIs
Número de microempresas individuais leopoldenses tem aumentado, principalmente desde a pandemia
Última atualização: 23/01/2024 12:13
O número de Microempreendedores Individuais (MEIs) vêm crescendo em São Leopoldo. Na atualidade, são aproximadamente 15.997 ativos no Município. O total representa cerca de 60% das 26.716 empresas em funcionamento na cidade. Conforme o economista e professor da Feevale, José Antônio Ribeiro de Moura, o crescente aumento do número de MEIs nos últimos anos é resultado da política pública de formalização, para quem possuía atividade informal. "A facilidade de abertura de uma MEI contribui para abrir empresas no País, resultado de uma melhora no ambiente de negócios, animando as pessoas a empreender."
O economista acrescenta que a MEI desempenha um papel importante na geração de emprego e renda, pois proporciona o sonho de ter o próprio negócio, que inclusive gera empregos formais e, muitas vezes, são o embrião de um empreendimento que irá prosperar.
Além disso, o sucesso da MEI é uma demonstração de resultado das políticas de ambiente de negócios. "Inicialmente o crescimento se explica pela mudança drástica na renda das pessoas, desde a crise econômica de 2016, acentuando ainda mais durante a pandemia, como alternativa à sobrevivência, devido à queda do poder aquisitivo", disse ele.
Iniciativa
O casal empreendedor no ramo de açaí, Cleonice Maria Grandi Albuquerque, 40 anos, e José Cristiano Albuquerque, 41, saiu da informalidade faz sete anos, e conta os benefícios da formalização. "Abri a MEI em 2016 para nossa empresa de venda de açaí gourmet. Foi ótimo abrir a MEI para sair da informalidade, foi com a ajuda da Sedettec. Temos desconto na hora de fazer compras, CNPJ gratuito, pagamos a contribuição mensal do INSS", relata o comerciante.
"Estamos sempre nesse ponto da Rua Independência, 717. Em um dia de calor, vendemos uma média de 30 a 40 açaís. Incentivo quem está na informalidade para fazer a MEI. Ficamos felizes de saber que estamos pagando o nosso INSS, pois ficamos muito tempo na informalidade", disse José.
Impacto da pandemia
Em 2022, foram abertos 3.889 MEIs, uma redução de 7,2% em relação a 2021, quando foram abertas 4.193, o maior número desde 2019. Em 2020, foram 3.762 e, em 2019, 3.448. Ou seja, 72% das MEIs que abriram foram após 2019. Isso mostra a mudança no cenário econômico, que ocorreu nos anos durante e após a pandemia. Como o número atualiza diariamente, pela facilidade de abertura e fechamento, é o número de 2023 é variável.
Associação apoia os microempreendedores locais
A Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo (Acist-SL) disponibiliza uma série de soluções para todos os tamanhos de empresas. Os microempreendedores individuais têm acesso a todo o portfólio da entidade, que inclui soluções de análise de crédito, convênios de saúde, telefonia e condições diferenciadas nas contribuições associativas.
A gerente-executiva da Acist-SL, Maiara Fangueiro, lembra ainda que os novos empreendedores podem participar de uma série de eventos que a entidade promove. “Há uma programação de cursos, palestras e de encontros que possibilita a ampliação de conhecimentos e de networking. A maioria tem preços acessíveis e vários são gratuitos”, ressalta. Ela aponta a importância deste segmento para a economia local, principalmente com o avanço de novos serviços e da configuração do trabalho.
“Muitos profissionais estão migrando do regime CLT para o mundo do empreendedorismo e quanto mais informações sobre o funcionamento de uma empresa, independente do seu porte, mais terão oportunidade de prosperar”, acrescenta Maiara.
Legislação e "pejotização" alavancaram os micronegócios
Conforme o titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Tecnológico (Sedettec) de São Leopoldo, Juliano Maciel, o número de microempreendedores individuais vem crescendo, especialmente após a aprovação da Reforma Trabalhista de 2017 no País. Ele destaca a tendência diferenciada do mercado de trabalho pós-pandêmico.
“Soma-se a esta alteração na legislação, com a consequentemente pejotização (prática do empregador em contratar funcionário como pessoa jurídica para não pagar benefícios que teria com assinatura de carteira de trabalho) das relações de trabalho, o duro período da pandemia de Covid-19. Muitos trabalhadores foram forçados a empreender para superar aquele momento dramático”, afirma.
Na visão do secretário, o desafio atual é consolidar os pequenos negócios, ofertando ferramentas que auxiliem na gestão, principalmente para que eles possam futuramente ascender, para um processo de consolidação e crescimento dos negócios. O cuidado com o pequeno empreendedor pode gerar maior renda na região.
Cuidado com as obrigações fiscais e tributárias
O microempreendedor deve ficar atento às obrigações a serem cumpridas. “O nome MEI parece simples, mas vem acompanhado de muita responsabilidade”, aponta o coordenador do Núcleo de Contabilistas da Acist-SL, Filipe Schuck. Um dos maiores cuidados que o empreendedor deve ter é com a senha de acesso ao aplicativo gov.br, pois esta ela é a mesma que para vários acessos junto ao governo e não apenas para MEI. Schuck acrescenta ainda que é muito importante enviar corretamente a declaração anual para MEI para não cair em pendências e ter o CPF bloqueado.
A vice-coordenadora Roberta Wobeto, acrescenta que, a partir do momento em que abre um MEI, é fundamental o empreendedor manter em dia o pagamento do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional) mensal, ter cuidado em abrir contacorrente Pessoa Jurídica, para separar o que de fato é faturado pelo CNPJ, isolando a conta pessoal.
Como abrir um MEI?
Para criar uma Microempresa Individual (MEI), o processo é fácil e totalmente on-line. Basta acessar o Portal do Empreendedor e seguir os seguintes passos: Primeiramente, é preciso atender às condições para se tornar um MEI: Não ter participação em outra empresa como sócio ou titular, faturar até R$ 81.000 por ano e exercer as atividades permitidas. É possível registrar uma ocupação principal e até 15 secundárias.
O segundo passo é criar a conta Gov.br, do governo federal. No Portal do Empreendedor, no serviço de formalização de MEI, clique em “Quero ser”. Em seguida, selecione “Formalize-se” ou “Gov.br”. O cadastro no Gov. br permite acessar diversos serviços públicos digitais sem precisar se deslocar, permanecer em filas, imprimir ou autenticar documentos.
O número de Microempreendedores Individuais (MEIs) vêm crescendo em São Leopoldo. Na atualidade, são aproximadamente 15.997 ativos no Município. O total representa cerca de 60% das 26.716 empresas em funcionamento na cidade. Conforme o economista e professor da Feevale, José Antônio Ribeiro de Moura, o crescente aumento do número de MEIs nos últimos anos é resultado da política pública de formalização, para quem possuía atividade informal. "A facilidade de abertura de uma MEI contribui para abrir empresas no País, resultado de uma melhora no ambiente de negócios, animando as pessoas a empreender."
O economista acrescenta que a MEI desempenha um papel importante na geração de emprego e renda, pois proporciona o sonho de ter o próprio negócio, que inclusive gera empregos formais e, muitas vezes, são o embrião de um empreendimento que irá prosperar.
Além disso, o sucesso da MEI é uma demonstração de resultado das políticas de ambiente de negócios. "Inicialmente o crescimento se explica pela mudança drástica na renda das pessoas, desde a crise econômica de 2016, acentuando ainda mais durante a pandemia, como alternativa à sobrevivência, devido à queda do poder aquisitivo", disse ele.
Iniciativa
O casal empreendedor no ramo de açaí, Cleonice Maria Grandi Albuquerque, 40 anos, e José Cristiano Albuquerque, 41, saiu da informalidade faz sete anos, e conta os benefícios da formalização. "Abri a MEI em 2016 para nossa empresa de venda de açaí gourmet. Foi ótimo abrir a MEI para sair da informalidade, foi com a ajuda da Sedettec. Temos desconto na hora de fazer compras, CNPJ gratuito, pagamos a contribuição mensal do INSS", relata o comerciante.
"Estamos sempre nesse ponto da Rua Independência, 717. Em um dia de calor, vendemos uma média de 30 a 40 açaís. Incentivo quem está na informalidade para fazer a MEI. Ficamos felizes de saber que estamos pagando o nosso INSS, pois ficamos muito tempo na informalidade", disse José.
Impacto da pandemia
Em 2022, foram abertos 3.889 MEIs, uma redução de 7,2% em relação a 2021, quando foram abertas 4.193, o maior número desde 2019. Em 2020, foram 3.762 e, em 2019, 3.448. Ou seja, 72% das MEIs que abriram foram após 2019. Isso mostra a mudança no cenário econômico, que ocorreu nos anos durante e após a pandemia. Como o número atualiza diariamente, pela facilidade de abertura e fechamento, é o número de 2023 é variável.
Associação apoia os microempreendedores locais
A Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo (Acist-SL) disponibiliza uma série de soluções para todos os tamanhos de empresas. Os microempreendedores individuais têm acesso a todo o portfólio da entidade, que inclui soluções de análise de crédito, convênios de saúde, telefonia e condições diferenciadas nas contribuições associativas.
A gerente-executiva da Acist-SL, Maiara Fangueiro, lembra ainda que os novos empreendedores podem participar de uma série de eventos que a entidade promove. “Há uma programação de cursos, palestras e de encontros que possibilita a ampliação de conhecimentos e de networking. A maioria tem preços acessíveis e vários são gratuitos”, ressalta. Ela aponta a importância deste segmento para a economia local, principalmente com o avanço de novos serviços e da configuração do trabalho.
“Muitos profissionais estão migrando do regime CLT para o mundo do empreendedorismo e quanto mais informações sobre o funcionamento de uma empresa, independente do seu porte, mais terão oportunidade de prosperar”, acrescenta Maiara.
Legislação e "pejotização" alavancaram os micronegócios
Conforme o titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Tecnológico (Sedettec) de São Leopoldo, Juliano Maciel, o número de microempreendedores individuais vem crescendo, especialmente após a aprovação da Reforma Trabalhista de 2017 no País. Ele destaca a tendência diferenciada do mercado de trabalho pós-pandêmico.
“Soma-se a esta alteração na legislação, com a consequentemente pejotização (prática do empregador em contratar funcionário como pessoa jurídica para não pagar benefícios que teria com assinatura de carteira de trabalho) das relações de trabalho, o duro período da pandemia de Covid-19. Muitos trabalhadores foram forçados a empreender para superar aquele momento dramático”, afirma.
Na visão do secretário, o desafio atual é consolidar os pequenos negócios, ofertando ferramentas que auxiliem na gestão, principalmente para que eles possam futuramente ascender, para um processo de consolidação e crescimento dos negócios. O cuidado com o pequeno empreendedor pode gerar maior renda na região.
Cuidado com as obrigações fiscais e tributárias
O microempreendedor deve ficar atento às obrigações a serem cumpridas. “O nome MEI parece simples, mas vem acompanhado de muita responsabilidade”, aponta o coordenador do Núcleo de Contabilistas da Acist-SL, Filipe Schuck. Um dos maiores cuidados que o empreendedor deve ter é com a senha de acesso ao aplicativo gov.br, pois esta ela é a mesma que para vários acessos junto ao governo e não apenas para MEI. Schuck acrescenta ainda que é muito importante enviar corretamente a declaração anual para MEI para não cair em pendências e ter o CPF bloqueado.
A vice-coordenadora Roberta Wobeto, acrescenta que, a partir do momento em que abre um MEI, é fundamental o empreendedor manter em dia o pagamento do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional) mensal, ter cuidado em abrir contacorrente Pessoa Jurídica, para separar o que de fato é faturado pelo CNPJ, isolando a conta pessoal.
Como abrir um MEI?
Para criar uma Microempresa Individual (MEI), o processo é fácil e totalmente on-line. Basta acessar o Portal do Empreendedor e seguir os seguintes passos: Primeiramente, é preciso atender às condições para se tornar um MEI: Não ter participação em outra empresa como sócio ou titular, faturar até R$ 81.000 por ano e exercer as atividades permitidas. É possível registrar uma ocupação principal e até 15 secundárias.
O segundo passo é criar a conta Gov.br, do governo federal. No Portal do Empreendedor, no serviço de formalização de MEI, clique em “Quero ser”. Em seguida, selecione “Formalize-se” ou “Gov.br”. O cadastro no Gov. br permite acessar diversos serviços públicos digitais sem precisar se deslocar, permanecer em filas, imprimir ou autenticar documentos.