O avião Boeing 727-200 de prefixo PR-TTP, que ficou um mês ilhado durante a enchente no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, não voltará a voar no Brasil. Seu futuro é incerto e a tendência é que seja desmontado. A Total Cargo não confirma a informação.
O trijato raro no País era operado pela Total Cargo, que segue ligando várias capitais durante as madrugadas transportando cargas de clientes como Petrobras, Correios e Banco Central, entre outros.
Na noite de 3 de maio, o PR-TTP acabou ficando no pátio do Salgado Filho, que foi rapidamente atingido pela enchente. A água cobriu o trem de pouso e atingiu sistemas eletrônicos que ficam no porão do avião.
Em junho, o Boeing 727 foi transferido para outro pátio do aeroporto, perto de onde funcionava a oficina da Varig e, mais recentemente, da TAP. Está parado no local desde então. Aparentemente os motores já foram retirados, mas o restante do avião segue intacto.
Neste fim de semana, a Total Cargo confirmou nas redes sociais que deixou de operar os trijatos Boeing 727 no Brasil. Era a única empresa que ainda tinha aviões deste modelo em uso no País. Os trijatos eram conhecidos como “Cadillac do ar” devido ao conforto e robustez.
Os últimos voos dos 727 da Total foram na sexta-feira (20). A empresa tinha dois aviões do modelo em uso, de prefixo PR-TTO e PR-TTW, mais o que foi atingido pela enchente em Porto Alegre.
“No passado, eu era uma aeronave de passageiros e na minha época eu era o avião mais moderno que existia. Mas a tecnologia dos novos aviões foi evoluindo muito rápido e eu fui ficando para trás, mas nunca deixaram de acreditar no meu potencial e então eu fui convertido em cargueiro”, diz trecho do texto da Total.
A empresa não comunicou qual será o destino dos seus três 727, entre eles o que está parado em Porto Alegre desde a enchente. A empresa apenas informou que deixa de operar os trijatos porque já recebeu seus quatro Boeing 737 cargueiros, que são mais modernos e econômicos.
O fim da operação do Boeing 727 no Brasil vem mobilizando apaixonados pela aviação. O especialista Panda Beting postou que chegou ao fim “uma jornada maravilhosa que começou há cerca de 55 anos”.
Disse ainda que os Boeing 727 serviram a aviação brasileira “com velocidade, conforto, elegância e, por último, mas não menos importante, com segurança” e lembrou que foram dois acidentes fatais, um em 1980 com avião da Transbrasil e outro em 1982 com avião da Vasp.
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