O tão aguardado décimo terceiro pode ser visto como uma solução, seja para pagar contas em atraso ou garantir os presentes de Natal. E até como uma boa fonte de investimento, caso esteja sobrando, o que é recomendado por especialistas. Entretanto, é necessário prestar atenção aos golpes, muito comuns em momentos de grande fluxo financeiro, como aponta a professora do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais e do Programa de Pós Graduação em Contabilidade (PPGCONT) da UFRGS, educadora financeira Wendy Haddad Carraro.
Antes de dar finalidade ao décimo, o primeiro passo deve ser organizar todas as dívidas e, a partir daí, dar prioridade às que estão em atraso, dos maiores ao menores juros, afirma Carraro. Se não estiver devendo, o dinheiro pode ser usado para contas futuras, uma reserva de emergência, comprar presentes e até para investir. Mas é preciso se atentar ao seu perfil de investidor e, principalmente, aos golpes.
Cuidado com os golpes
“É comum vermos anúncios de ‘invista aqui o seu 13º’, não caia na tentação de acreditar que é possível ganhar dinheiro rápido, pois isso não é verdade”, explica. No Brasil, 208 pessoas foram vítimas de golpe por hora em 2022. Ainda, os registros de estelionato tiveram um crescimento de 326,3% desde 2018, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023.
De 1º janeiro até 31 de outubro deste ano, foram feitos 71.476 boletins de ocorrência por estelionato no Rio Grande do Sul, segundo indicadores criminais da Secretaria da Segurança Pública do Estado. O crime é tipificado pelo artigo 171 do Código Penal. Os famosos casos de golpe são enquadrados em fraude eletrônica a partir de 2021, com o acréscimo de § 2º. A pena é de reclusão, de quatro a oito anos, e multa.
Fraude ao tentar quitar dívidas
Criminosos também podem tentar aplicar fraudes ao pagar despesas. Por tanto, ao quitar as dívidas, pague somente com a instituição financeira com a qual o empréstimo foi feito, por exemplo, e sem que terceiros acabem interferindo. Outro alerta dado pela professora é buscar auxílio somente de profissionais reconhecidos e vinculados a instituições sérias.
Caso se sinta inseguro, recorra a órgãos como Procon e a Defensoria Pública. Se for vítima, procure a Polícia Civil e denuncie.
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