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COM PATRIMÔNIO DE R$ 14 MILHÕES

Quem é o prefeito que se casou com adolescente e tornou sogra secretária municipal

Político já foi denunciado por nepotismo e preso em investigações de esquemas de tráfico de drogas e de fraudes em licitações

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Publicado em: 25/04/2023 às 16h:15 Última atualização: 05/03/2024 às 10h:20
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O prefeito de Araucária, no Paraná, Hissam Hussein Dehaini (Cidadania), de 65 anos, ganhou destaque entre os assuntos nacionais nesta semana após se casar com uma adolescente de 16 anos e tornar a sogra secretária municipal. Anteriormente, no entanto, ele já havia sido denunciado por nepotismo e investigado pela Polícia Federal por outros crimes. 

Hissam Hussein Dehaini



Hissam Hussein Dehaini

Foto: Reprodução/Facebook

Cargos para familiares

Hissam já tinha sido casado pelo menos outras duas vezes e tem filhos adultos. Em 2017, durante seu primeiro mandato, ele concedeu cargos na administração do município para a então esposa, Cristiane, para as filhas Ryam e Yasmin, para o cunhado José Roberto e para o genro Eduardo.

Por conta disto, em 2019 a família chegou a ser investigada após uma denúncia por nepotismo. O Supremo Tribunal Federal (STF), contudo, decidiu não seguir com o caso.

Cristiane foi exonerada do cargo de titular da Secretaria de Assistência Social duas semanas após o início do segundo mandato do idoso. Nessa época, os dois já haviam se separado e ele tinha outra companheira, Aline, com quem oficializou a união em 7 de abril de 2020. 

As filhas dele permanecessem empregadas na prefeitura. Yasmin chegou a ser exonerada em 2021, mas em junho de 2022 se tornou secretária de Administração. Já Ryam, é titular da pasta de Gestão de Pessoas desde 17 de março, mas também teve idas e vindas em cargos da administração municipal. O irmão da ex-esposa, José Roberto, foi secretário do Trabalho até janeiro de 2019.

Vida política

Nascido na capital de São Paulo, Hissam se mudou para a cidade paranaense no início dos anos 1980. Antes de partir para a vida política, ele se dedicava à administração de empresas. Desde 1982, ele tinha uma lanchonete.

Na primeira vez que concorreu ao cargo de prefeito, em 2012, perdeu as eleições. Contudo, foi eleito para o primeiro mandato em 2016, com 52,49% dos votos válidos. Em 2020 foi reeleito, com 68,49% dos votos válidos.

Além de ter apoiado Jair Bolsonaro nas eleições do ano passado, conforme vídeos que circulam nas redes sociais, Hissam chegou a se reunir com figuras de destaque no cenário político. Em agosto de 2022 ele se encontrou com o agora senador Sergio Moro, e em 2020, com o ex-presidente Michel Temer.

Bens

Quando se candidatou pela primeira vez, em 2012, ele declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tinha apenas o ensino fundamental completo e bens no valor de R$ 1.417.550. Já na última eleição, o idoso afirmou ter ensino médio completo e patrimônio de R$ 14 milhões.

Apesar de manter participações em empresas, a maioria dos bens de Hissam está em imóveis, helicóptero e valor em espécie. Em sua declaração à Justiça Eleitoral constam apartamentos em Curitiba, avaliados em de R$ 1,8 milhão e R$ 1,2 milhão, uma aeronave de R$ 3,4 milhões e R$ 2,9 milhões em dinheiro.

Investigações

Antes de entrar na carreira política, Hissam foi investigado por associação para o tráfico de drogas. Ele, então, compareceu a uma CPI Nacional do Narcotráfico para prestar esclarecimentos após ter o nome ligado ao tráfico de drogas no Sul do País. Após o depoimento, em março de 2000, ele saiu do local preso e ficou detido por 104 dias na Prisão Provisória do Ahú, em Curitiba. Um jornal local noticiou, na época, que havia sido indicado por um traficante condenado como sendo uma liderança do esquema. 

Em 2010, o empresário foi inocentado pela Justiça. Na decisão, o juiz responsável afirmou ser “impossível atribuir ao empresário a prática de crime de associação”. O magistrado disse ainda no documento que o Ministério Público, que acusava Hissam, havia considerado, “no decorrer do processo, que não haviam evidências que comprovassem o crime”.

Antes de ser considerado inocente por esse crime, no entanto, em 2007 ele foi novamente preso. Desta vez, foi um dos alvos da Operação Metástase, da Polícia Federal, que investigava suspeitos de participar de um esquema de fraudes em licitações da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

Em 2015, ele se tornou réu no caso. Hissam foi apontado como um dos líderes da organização, que fraudava licitações em diversas áreas da Funasa. Conforme o jornal O Popular, o político seria o organizador de um esquema de corrupção ligado à prestação de serviços de horas-voos de helicóptero.

*Com informações de Uol

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