POLÍCIA

Quem é Dr. Money? Golpista de 16 anos fez site para desviar dinheiro de doações para o RS; veja como ele agia

Adolescente que diz ter atingido seu primeiro milhão aos 15 anos simulou o site do governo do RS; ele foi alvo da Polícia Civil em cobertura de luxo em Balneário Camboriú

Publicado em: 27/05/2024 11:23
Última atualização: 28/05/2024 21:09

Um adolescente de 16 anos, que pelas redes sociais se intitula como Dr. Money, foi alvo de operação da Polícia Civil gaúcha, com ajuda da catarinense, em Balneário Camboriú, Santa Catarina. As buscas se concentraram em uma cobertura de luxo na cidade do litoral de SC e no interior do Estado.


Adolescente alvo de operação da Polícia Civil se chamava de Dr. Money na internet Foto: Polícia Civil

O jovem é suspeito de simular campanhas de arrecadação de doações por conta da catástrofe no RS.

Segundo apurado pela Polícia, o menor infrator, que é dono de duas empresas, afirma ter atingido seu primeiro milhão aos 15 anos.

Ele também usa as rede sociais para ostentar elevado padrão de vida, publicando fotos e vídeos em imóveis de luxo (um deles alvo da operação) e publica comprovantes de recebimento de altos valores oriundos de pagamentos realizados através das redes.

Como o adolescente agia

A fraude começou com a criação de uma página na internet simulando uma página oficial do governo do RS, alarmando a população de que se estaria diante do maior desastre da história do Estado.

A partir de então, a página redirecionava os usuários para uma nova página falsa, desta vez simulando o website "Vakinha", em que se divulgava uma suposta campanha de arrecadação de doações.

A página, inclusive, era impulsionada pelas redes sociais, a fim de atingir o maior número possível de pessoas.

Para dar aparência de licitude à página, o layout foi adulterado a fim de mostrar que a "campanha" já teria acumulado mais de dois milhões e setecentos mil reais. Na verdade, se tratava de um valor fictício, sendo mais um artifício para induzir o usuário a erro.

Na página simulada, era divulgado um QR Code, gerado por uma fintech de checkout (espécie de loja virtual), que permitiria o pagamento via Pix. A partir de então, o valor da suposta contribuição era redirecionado da loja virtual para um gateway de pagamentos, que repassava o valor para o local indicado pelo golpista.

No caso, o valor era repassado para uma empresa de treinamentos e serviços cujo menor era sócio proprietário. Assim, o valor era captado pelo golpista com aparência de licitude, vez que simulava a “venda” de um produto ou serviço oriundo de sua empresa.

Investigação

Segundo a Polícia Civil, após identificada a fraude, a força-tarefa diligenciou imediatamente para retirada do ar de todas as páginas da internet, além do bloqueio de todas as contas bancárias vinculadas ao CPF e aos CNPJs do investigado.

A partir de então, buscou-se, através de ferramentas tecnológicas de investigação, a identificação e responsabilização dos suspeitos.

Quando a operação foi deflagrada, na sexta-feira (24), a força-tarefa representou e foram deferidas ordens judiciais de bloqueio de valores de até um milhão de reais em cada conta de responsabilidade do suspeito e das empresas vinculadas.

A partir de todo o conjunto probatório obtido na investigação, somados aos objetos eletrônicos apreendidos durante a operação, as investigações seguirão no sentido de buscar outros elementos de prova e também eventuais novos integrantes do grupo.

A operação Dilúvio Moral - Dr. Money foi realizada por meio do do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

O nome do suspeito não foi informado pela Polícia por se tratar de menor de 18 anos.

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