Nesta terça-feira (6), o deputado Gustavo Victorino protocolou na Assembleia Legislativa um projeto de lei que proíbe o ingresso e uso de telefone celular nas salas de aula das escolas da rede pública estadual do Rio Grande do Sul.
Conforme ele, a restrição ao uso de aparelhos celulares nas escolas vem sendo ampliada na rede de ensino pelo Brasil e também em vários outros países. Isso porque, segundo o político, estudos comprovaram as graves consequências no aprendizado e saúde mental de crianças e adolescentes.
SIGA O ABCMAIS NO GOOGLE NOTÍCIAS!
“A implementação dessa medida requer a cooperação e comprometimento de toda a comunidade educativa, não só de pais, alunos e professores, como de gestores, para que o Rio Grande do Sul possa liderar pelo exemplo de que é possível equilibrar inovações tecnológicas com as necessidades fundamentais do desenvolvimento humano e educacional”, pontua o parlamentar.
Um relatório da Organização Mundial da Saúde de 2019 já alertava para os riscos associados ao tempo excessivo de exposição às telas. O Relatório de Monitoramento Global de Educação de 2023, da Unesco, também destaca que, entre os prejuízos para os alunos, estão menores índices de curiosidade, autodisciplina, estabilidade emocional, além de maiores níveis de ansiedade e depressão.
Bloqueio de apps em São Paulo
Desde segunda-feira (5), o acesso a diversos aplicativos e plataformas de streaming está bloqueado em escolas da rede estadual de ensino em ambientes administrativos e pedagógicos das unidades, conforme anúncio feito pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP).
SIGA O ABCMAIS NO GOOGLE NOTÍCIAS!
“A Seduc-SP confirma que, a partir desta segunda-feira, o acesso a aplicativos e plataformas sem fins educativos será suspenso nas redes (cabeamento e Wi-Fi) das unidades escolares”, acrescentou em nota. Segundo a pasta, o objetivo é otimizar o uso de infraestrutura tecnológica para o desenvolvimento pedagógico dos estudantes.
Foram bloqueados os aplicativos e plataformas TikTok, Kwai, Facebook, Instagram, GloboPlay, Roblox, Netflix, Amazon Prime Vídeo, X (antigo Twitter), Twitch, HBO Max, Disney+ e Steam.
Proposta de proibição do uso de celular em sala de aula no RS
Nesta terça-feira (6), o deputado Gustavo Victorino protocolou na Assembleia Legislativa um projeto de lei que proíbe o ingresso e uso de telefone celular nas salas de aula das escolas da rede pública estadual do Rio Grande do Sul.
Conforme ele, a restrição ao uso de aparelhos celulares nas escolas vem sendo ampliada na rede de ensino pelo Brasil e também em vários outros países. Isso porque, segundo o político, estudos comprovaram as graves consequências no aprendizado e saúde mental de crianças e adolescentes.
Proibir o uso de dispositivos digitais resolve o problema?
Mais de 45% dos estudantes brasileiros relataram se distraírem por causa de dispositivos digitais em todas ou quase todas as aulas de Matemática. A taxa foi a sexta maior entre todos os países que participaram do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), exame aplicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Quatro em cada dez (40,3%) também disseram se dispersar quando veem outros colegas usando os aparelhos.
ENTRE NA NOSSA COMUNIDADE NO WHATSAPP
Ainda segundo a OCDE, em escolas onde os aparelhos são proibidos, os alunos são, de fato, menos propensos a relatar distração por causa desses dispositivos durante as aulas de matemática. “À primeira vista, a proibição dos telemóveis parece ser uma política útil. No entanto, são necessárias mais pesquisas para compreender plenamente a eficácia e o impacto de tais proibições.”
Isso porque a pesquisa também detectou que 30% dos estudantes em escolas onde a utilização é proibida relataram utilizar um smartphone várias vezes ao dia. Além disso, o estudo mostrou que o uso moderado dos aparelhos, seja para estudo ou lazer, dentro da escola, apresentam notas maiores.
Como pais e mães podem controlar o uso de celular pelos filhos?
Limite de horas em frente às telas e apps de supervisão parental são estratégias. Além disso, especialistas recomendam dialogar e criar regras, além de dar o exemplo no uso moderado da tecnologia.
Nos Estados Unidos, estudo conduzido pelo Pew Research Center em 2020, descobriu que quase sete em cada dez (66%) pais dizem que a tarefa de criar os rebentos é mais difícil do que há 20 anos, e a principal razão, afirmam, é a tecnologia.
LEIA TAMBÉM
As mudanças têm sido tão velozes, dizem, com o acesso a telas e à conexão cada vez mais fácil, que, por vezes, os artifícios de criação e controle de um filho para outro, mesmo com poucos anos de diferença, podem não ser os mesmos e exigem atualização sobre as novas tecnologias.
Aplicativos de controle parental
Crianças têm acessado a internet cada vez mais cedo, conforme mostra a pesquisa TIC Kids Online Brasil, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). No ano passado, 24% relataram ter se conectado à rede ainda nos seis primeiros anos de vida, conhecidos como primeira infância, enquanto em 2015, a taxa era de 11%. O Instagram (36%) foi a plataforma mais usada por usuários de 9 a 17 anos. Em seguida, apareceram YouTube (29%) e TikTok (27%).
Segundo especialistas, até por volta dos 12 anos, o ideal é que os pais estejam sempre ao lado do filho. Conforme avança a idade, naturalmente, a criança exigirá mais privacidade para sua navegação. Mais liberdade, no entanto, não significa ausência de supervisão.
Desta forma, muitos pais contam com aplicativos de controle parental de sua preferência. Muitas plataformas, inclusive as preferidas dos pequenos, têm seus próprios recursos para ajudar os responsáveis nesse controle.