APÓS PROTESTO

Polícia investiga denúncia de racismo contra professora em mercado de Curitiba

Educadora diz que foi seguida por um segurança dentro do estabelecimento e, horas mais tarde, voltou para finalizar suas compras e ficou apenas de calcinha e sutiã, para mostrar que não estava furtando

Publicado em: 10/04/2023 21:37
Última atualização: 04/03/2024 10:22

A Polícia Civil de Curitiba abriu inquérito nesta segunda-feira (10), para investigar o crime de racismo de que a professora Isabel Oliveira afirma ter sido vítima dentro de um mercado da rede Atacadão (grupo Carrefour), no bairro do Parolin, zona sul de Curitiba. A professora diz que foi seguida por um segurança dentro do estabelecimento e, horas mais tarde, voltou para finalizar suas compras e ficou apenas de calcinha e sutiã, para mostrar que não estava furtando.


Educadora diz que foi seguida por um segurança dentro do estabelecimento de Curitiba Foto: Reprodução

A abertura de investigação foi confirmada nesta tarde pela delegada responsável pelo caso, Camila Cecconello, titular da Divisão de Homicídios de Curitiba. Nesta tarde, Isabel registrou boletim de ocorrência e prestou depoimento. Neste momento, o caso está autuado pelos crimes da lei de discriminação racial.

A delegada informou que ouvirá testemunhas, funcionários e gerentes, e que buscará imagens de câmera de segurança tanto internas quanto externas ao estabelecimento. Ao Estadão, a rede Atacadão afirmou este domingo, 9, que revisou as imagens do dia do incidente e 'não identificou indícios de abordagem indevida'.

Nesta segunda, a empresa divulgou um novo posicionamento, afirmando que suspendeu o funcionário indicado por Isabel e que 'imagens internas das câmeras da loja serão disponibilizadas às autoridades'.

O caso de Isabel ganhou repercussão nacional. Na Sexta-feira Santa, 7, ela foi ao mercado comprar leite em pó para a filha e diz que foi seguida por um segurança enquanto andava entre as gôndolas.

De acordo com a delegada, a professora chegou a confrontar o funcionário e foi embora, bastante abalada. Dentro do carro, Isabel gravou um vídeo que foi depois publicado nas suas redes sociais. Aos prantos, ela comentou o que aconteceu.

Horas mais tarde, ela retornou ao mesmo mercado e, enquanto pegava os produtos, tirou a roupa. No seu corpo, ela escreveu, 'sou uma ameaça?'.

"Quando eu vim vestida, havia um segurança atrás de mim. Eu voltei, agora nua, para levar a latinha de leite para a minha bebê e mostrar que não estou roubando nada", disse a professora para uma atendente.

Veja vídeo 

 

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