TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS
PF investiga grupo que enviou 17 toneladas de cocaína de portos do RS e SC para a Europa
Organização criminosa movimentou mais de R$ 3,85 bilhões e era estruturada em duas grandes empresas de logística marítima sediadas nos portos de Rio Grande e Itajaí
Última atualização: 29/02/2024 08:23
Uma organização criminosa responsável por traficar drogas da América do Sul para a Europa é alvo de operação da Polícia Federal (PF) e da Receita Federal nesta quinta-feira (30). A investigação começou há dois anos, em março de 2021, quando a PF descobriu que 316 quilos de cocaína apreendidos na cidade de Hamburgo, na Alemanha, em dezembro de 2020, tinham sido enviados do Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
A estimativa é que o grupo investigado movimentou mais de R$ 3,85 bilhões com o tráfico internacional de drogas. Nos últimos dois anos, a organização teria enviado 17 toneladas de cocaína para fora do continente. Do total, 12 toneladas foram apreendidas. A PF aponta que a organização criminosa era estruturada em duas grandes empresas de logística marítima sediadas nos portos de Rio Grande e Itajaí (SC).
Nesta quinta, 17 mandados de prisão preventiva e 37 mandados de busca e apreensão são cumpridos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Amazonas e Rondônia, e em Assunção, no Paraguai. Também são executados os sequestros de 87 bens imóveis, 173 veículos, uma aeronave, bloqueios de contas bancárias vinculadas a 147 CPFs e CNPJs, 66 bloqueios de movimentação imobiliária de 66 pessoas físicas e jurídicas e a proibição de expedição de GTAs (Guia de Trânsito Animal) por quatro investigados, totalizando a execução de 534 ordens judiciais.
Droga era trazida da Bolívia
De acordo com a investigação, a droga era produzida na Bolívia e trazida para o Brasil por um fornecedor paraguaio e ingressava no País por Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Posteriormente, a cocaína era transportada em caminhões até o Sul e armazenada nas próprias empresas da organização criminosa ou em depósitos próximos aos portos.
A droga era inserida em cargas regulares com a intervenção e coordenação da alta administração das empresas de logística, sem o conhecimento dos contratantes, proprietários das cargas lícitas (normalmente de insumos que poderiam mascarar a droga quando submetida aos controles alfandegários). Na Europa, o grupo comprador do entorpecente furtava a carga que continha a cocaína e a distribuía em diversos países europeus.