Onyx Lorenzini, que disputou o governo do Rio Grande do Sul com Eduardo Leite em 2022, é um dos cinco ministros que ainda não devolveu o relógio que ganhou do Catar em 2019. Além dele, Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Osmar Terra (Cidadania), Gilmar Machado (Turismo) e Augusto Heleno (GSI) receberam o presente da marca francesa Cartier. Cada um dos objetos era estimado, na época, em cerca de R$ 50 mil.
Outros integrantes do governo Bolsonaro também ganharam o relógio, entre eles, o ex-presidente da Apex Sergio Segovia e Caio Megale, ex-assessor do Ministério da Economia.
Segundo o Metrópoles, em março deste ano, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Antônio Anastasia afirmou que os presentes ultrapassaram os “limites da razoabilidade e violaram o princípio da “moralidade pública”. A decisão do ministro, que também era relator do caso, no entanto, deixou uma brecha sobre a obrigatoriedade da devolução.
Em sua fala, Anastasia diz que os citados tinham “o dever ético” de devolver os objetos. “No tocante às demais autoridades integrantes da comitiva oficial em viagem ao Qatar (sic), considerando que os Srs. Ernesto Henrique Fraga Araújo, Osmar Gasparini Terra, Sergio Ricardo Segovia Barbosa, Gilson Machado Guimaraes Neto e Caio Megale afirmaram que receberam relógios Cartier ou de outra marca, possuem o dever ético de devolver os respectivos presentes recebidos”, escreveu ministro.
O relator completou dizendo que o recolhimento dos objetos poderiam ficar sob responsabilidade da Secretaria-Geral e da Comissão de Ética da Presidência da República – que informaram ao Metrópoles que não tinham recebido nenhuma joia desde o início do ano.
O que dizem os ex-ministros
Procurado pelo portal, Lorenzoni disse que fará a devolução assim que voltar das férias. “O relógio está na mesma embalagem, nunca foi usado nem retirado da caixa, estou de férias e no meu retorno farei a devolução, como determinou o TCU.”
Machado afirmou que o Conselho de Ética da Presidência, na época, não pediu pela devolução do presente, e que não recebeu notificação do TCU sobre a nova orientação.
Megale já havia dito à imprensa que devolveria o relógio após a decisão, mas não confirmou se a entrega já havia sido feita.
Os demais citados não responderam. O espaço está aberto para esclarecimentos.
LEIA TAMBÉM
- Categorias
- Tags