ESPAÇO
Observação de anel estelar perto de Netuno desafia as leis da Física
Estudo publicado na revista Nature desafia, pela primeira vez, o "limite de Roche", teoria do século 19 que é aceita internacionalmente
Última atualização: 23/01/2024 11:06
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) descobriram em torno de um pequeno astro do Sistema Solar um anel que, simplesmente, não poderia existir. Pelo menos não de acordo com as leis da Física vigentes. Por isso, o estudo publicado na revista Nature desafia, pela primeira vez, o "limite de Roche", teoria do século 19 que é aceita internacionalmente.
Localizado em uma região do espaço depois de Netuno, o Quaoar vinha sendo observado por especialistas do Observatório do Valongo em busca de pistas sobre as origens do Sistema Solar. Para surpresa de todos, eles identificaram que o pequenino astro tem um anel - o que, por si só, já é considerado raro. Até hoje foram descobertos anéis em apenas três astros de pequenas proporções.
Mas ainda mais extraordinário do que a própria presença do anel é que ele se revelou "impossível", de acordo com os conceitos astronômicos vigentes. Segundo a definição usada hoje na Astronomia, anéis são estruturas não sólidas que reúnem asteroides, poeira e outras partículas em torno de um astro maior.
Até 2013, os pesquisadores só conheciam anéis circundando planetas gigantes, como Saturno e Júpiter. Depois disso, no entanto, astrônomos detectaram anéis no planeta anão Haumea e no centauro Chariklo, abrindo precedentes para novos estudos sobre o tema. No caso do Quaoar, o maior enigma está relacionado às dimensões do anel.
Lei da Física
Segundo ficou definido pelo astrônomo francês Edouard Roche (1820-1883), para que tais partículas mantenham o formato de um anel elas precisam estar a uma distância máxima de 1.750 quilômetros do astro que elas circundam.
Para além desse limite, estabeleceu Roche, as partículas começariam a se aglutinar e acabariam por formar um satélite. Conhecido como "limite de Roche", esse princípio nunca tinha sido desafiado.
O anel de Quaoar está localizado a 4.100 quilômetros de seu corpo central. "Pela primeira vez, estamos vendo um anel além do limite de Roche", diz o astrônomo Bruno Morgado, do Observatório do Valongo, principal autor do estudo.
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) descobriram em torno de um pequeno astro do Sistema Solar um anel que, simplesmente, não poderia existir. Pelo menos não de acordo com as leis da Física vigentes. Por isso, o estudo publicado na revista Nature desafia, pela primeira vez, o "limite de Roche", teoria do século 19 que é aceita internacionalmente.
Localizado em uma região do espaço depois de Netuno, o Quaoar vinha sendo observado por especialistas do Observatório do Valongo em busca de pistas sobre as origens do Sistema Solar. Para surpresa de todos, eles identificaram que o pequenino astro tem um anel - o que, por si só, já é considerado raro. Até hoje foram descobertos anéis em apenas três astros de pequenas proporções.
Mas ainda mais extraordinário do que a própria presença do anel é que ele se revelou "impossível", de acordo com os conceitos astronômicos vigentes. Segundo a definição usada hoje na Astronomia, anéis são estruturas não sólidas que reúnem asteroides, poeira e outras partículas em torno de um astro maior.
Até 2013, os pesquisadores só conheciam anéis circundando planetas gigantes, como Saturno e Júpiter. Depois disso, no entanto, astrônomos detectaram anéis no planeta anão Haumea e no centauro Chariklo, abrindo precedentes para novos estudos sobre o tema. No caso do Quaoar, o maior enigma está relacionado às dimensões do anel.
Lei da Física
Segundo ficou definido pelo astrônomo francês Edouard Roche (1820-1883), para que tais partículas mantenham o formato de um anel elas precisam estar a uma distância máxima de 1.750 quilômetros do astro que elas circundam.
Para além desse limite, estabeleceu Roche, as partículas começariam a se aglutinar e acabariam por formar um satélite. Conhecido como "limite de Roche", esse princípio nunca tinha sido desafiado.
O anel de Quaoar está localizado a 4.100 quilômetros de seu corpo central. "Pela primeira vez, estamos vendo um anel além do limite de Roche", diz o astrônomo Bruno Morgado, do Observatório do Valongo, principal autor do estudo.