O Nordeste do Brasil pode sofrer com terremotos significativos com magnitudes de até 6,2, revelam dados do Catálogo Sísmico Brasileiro (Sisbra), obtidos pela Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), compartilhados na última semana.
Apesar de ser uma região continental considerada estável, onde não houveram grandes terremotos antes, apresentou chances de sofrer com ameaças sísmicas.
Uma ameaça sísmica é quando há chances de ocorrer um terremoto com potencial para oferecer riscos. Já o chamado risco sísmico descreve as chances dessas ameaças terem consequências ruins como, por exemplo, danos a edifícios, explica a RSBR.
Magnitude maior do que 5,2
Há ainda a chance dos futuros terremotos passarem da magnitude de 5,2, a maior já registrada na região, com intervalos entre os grandes abalos sendo mais curtos do que o esperado, segundo registros paleossísmicos.
“Em 50 anos, terremotos de magnitudes de 4,7 a 5,1 têm probabilidades de ocorrência de 50%, e de magnitudes 5,5 a 6,2 têm probabilidades de 10%”, afirmaram os pesquisadores. “Tais terremotos têm potencial para causar danos significativos no Nordeste do Brasil.”
O que terremotos dessa magnitude podem causar
Para ter um pouco mais de noção, terremotos de magnitude de 4,7 até 5,1 podem afetar estruturas civis, como casas e prédios. Já de 5,2 até 6,2, há chances de causar danos “em obras civis de grandes dimensões, como barragens, parques eólicos, mineração, usinas hidrelétricas e nucleares”, afirma a RSBR.
Importância de medidas preventivas
Com as descobertas recentes, fica ainda mais evidente a importância de existirem “medidas preventivas e de construção resiliente” para diminuir os riscos de catástrofes por conta dos terromotos. Assim, as regiões podem estar preparadas para possíveis eventos futuros.
Estudo da UFRN
O artigo Probabilistic estimation of the source component of seismic hazard in North-Eastern Brazil foi feito pelos pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), José Augusto Silva da Fonsêca e Aderson Farias do Nascimento, que também é professor coordenador do Laboratório Sismológico da UFRN, integrante da RSBR.
Além deles, participou o professor do Institute of Geophysics Polish Academy of Sciences, Stanisaw Lasocki.
O trabalho focou principalmente nas fontes sísmicas, um dos componentes da Análise Probabilística de Ameaça Sísmica (Probabilistic Seismic Hazard Analysis – PSHA). A análise do PSHA completo vai ser avaliada em um trabalho futuro, também pelos cientistas.
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