SÃO PAULO
Namorado confessa assassinato de médica, cita mala rasgada e revela motivo do crime; veja o que ele disse
Após alegar esquecimento, Davi Izaque Martins Silva contou à Polícia por que matou Thallita da Cruz Fernandes, mas delegado tem outra suspeita
Última atualização: 22/08/2023 20:18
A Polícia Civil divulgou na segunda-feira (21) que o principal suspeito de matar a médica Thallita da Cruz Fernandes, de 28 anos, e esconder o corpo em uma mala confessou o crime. Trata-se do namorado da vítima, Davi Izaque Martins Silva, de 26.
O crime aconteceu na noite de quinta-feira (17), no apartamento em que a vítima morava, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo.
No primeiro depoimento à Polícia, o autor do assassinato, que já estava preso, alegou não se lembrar de nada daquela noite, citando o uso de drogas. Em um segundo relato, porém, admitiu que houve uma briga por ciúmes e confessou ter atacado a namorada a facadas. A investigação policial, contudo, aponta para um segundo fator que pode ter levado ao cometimento do crime. (Saiba mais abaixo).
Briga por ciúme, mala rasgada e fuga
O delegado Alceu Lima de Oliveira Junior, responsável pela investigação, deu detalhes da apuração e do segundo depoimento de Silva:
- Silva contou que, naquela quinta-feira (noite do crime), havia consumido cocaína e ecstasy, além de duas cervejas, e que começou a discutir com a namorada por ciúmes.
- Ele, então, partiu para o ataque, matando Thallita a facadas.
- Na sequência, colocou o corpo da médica dentro de uma mala na intenção de levar o cadáver embora. Foi quando constatou que a mala estava rasgada e, por isso, desistiu do plano.
- Davi Izaque Martins Silva permaneceu no apartamento da namorada até a tarde de sexta-feira. Desde a noite anterior, estava se passando pela namorada para responder mensagens de familiares dela por um aplicativo de mensagens.
- Silva só saiu do prédio às 16h13 de sexta-feira, abandonando o corpo da médica no apartamento.
- Ele pegou um táxi e desembarcou em frente a uma lanchonete onde já havia trabalhado.
- O motorista que fez essa corrida prestou depoimento e contou ter notado um forte cheiro de carne no corpo do passageiro. Perguntou ao passageiro sobre isso, e ele respondeu, mentindo, que era em função do trabalho em uma lanchonete.
- A mãe de Thallita estranhou a conversa da filha, que, por aplicativo, disse estar ocupada e não poder conversar, e pediu que uma amiga da médica fosse até o apartamento da médica.
- Ao chegar, a mulher perguntou ao porteiro se Thallita estava em casa e ele disse não tê-la visto saindo em momento nenhum. Então, a amiga foi até a porta, mas ninguém atendeu. Ela saiu, avisou a polícia e policiais militares a acompanharam até o imóvel.
- O corpo da médica foi encontrado nu, dentro de uma mala e com várias perfurações por faca, no fim da tarde de sexta-feira, no apartamento em que ela morava.
- Na noite de sábado (19), o namorado dela foi preso temporariamente por 30 dias, suspeito de ter cometido o assassinato. Ele estava na casa da mãe dele, na mesma cidade.
Dependência financeira
A família de Thallita é de Guaratinguetá, cidade paulista do Vale do Paraíba, mas ela morava em São José do Rio Preto desde 2016, quando começou a cursar Medicina. A jovem concluiu o curso em 2021 e atualmente trabalhava como plantonista em uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
O namoro com Silva começou há cerca de três anos, e há cerca de um ele passava vários dias por semana na casa dela – onde ficava mesmo quando ela viajava para Guaratinguetá para visitar a família.
Para o delegado, embora o crime tenha parecido ser passional, na verdade é patrimonial: o rapaz dependia financeiramente da namorada e, além do ciúme, tinha receio de que ela terminasse o relacionamento.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Silva. O espaço está aberto para manifestações.