MISTÉRIO
Motorista de app que levou idoso ao banco é ouvido e laudo do IML aponta causa da morte; entenda o caso
Investigações tentam entender se idoso veio a óbito durante o trajeto ou dentro do banco, no Rio de Janeiro
Última atualização: 02/05/2024 12:05
O motorista de aplicativo que levou a mulher e o idoso ao banco, onde ela tentou sacar um empréstimo com o homem já morto, prestou depoimento à Polícia Civil. No mesmo dia, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) foi divulgado.
A defesa de Érika de Souza Vieira Nunes afirma que Paulo Roberto Braga estava vivo ao chegar na agência. Agora, as investigações tentam elucidar as circunstâncias do caso e se ele veio a óbito no banco em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (16).
Entretanto, em entrevista a emissora TV Brasil, o delegado Fábio Luiz, responsável pelo caso, disse que "isso interfere pouco na investigação".
Érika foi presa em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver. Ela está detida enquanto aguarda audiência de custódia, que ocorre na tarde desta quinta-feira (18).
O que diz o motorista de app que levou a mulher e o idoso ao banco
"Ele chegou a segurar na porta do carro", informou o motorista de aplicativo sobre o momento em que o idoso desembarcou com a mulher, segundo o portal UOL. Conforme ele, o idoso estava vivo ao ser transportado.
O condutor levou Érika e o "tio Paulo", como foi chamado por ela no vídeo que viralizou, até um shopping no bairro da agência bancária. Eles não desembarcaram no banco, pois o acesso de veículos em frente ao local é proibido.
Após o desembarque, onde o idoso teria segurado na porta, ele foi colocado em uma cadeira de rodas por Érika. O motorista afirmou ainda que a sobrinha teve ajuda de outro homem para colocar o idoso no banco do carro, já que ele não caminha. Cada um teria segurado em um braço, e uma das filhas dela teria segurado as pernas.
O que diz o outro homem
O homem que ajudou a colocar Paulo Roberto no carro também afirmou que ele estava vivo. O mototaxista é conhecido de ambos e confirmou que o idoso respirava e tinha força nas mãos no momento do embarque.
O que diz o laudo do IML do idoso levado ao banco para fazer um empréstimo
O laudo de exame de necrópsia do IML de Campo Grande foi concluído nesta quarta-feira (17) e constata que o idoso faleceu por uma broncoaspiração de conteúdo estomacal e falência cardíaca, conforme o jornal O Globo.
Entretanto, ele não aponta a hora exata da morte do homem. De acordo com o documento, Paulo Roberto faleceu entre 11h30 e 14h30 de terça-feira, dia em que o caso aconteceu.
Ainda, ele afirma que "não há elementos seguros" para precisar se o idoso faleceu "no trajeto ou interior da agência bancária, ou que foi levado já cadáver à agência bancária”.
Um exame toxicológico foi feito e o IML aguarda os resultados, para apontar se houve "fator externo" que contribuiu com a morte, como drogas, segundo o portal.
O caso
Érika foi em uma agência bancária com o "tio Paulo" tentar sacar um empréstimo de R$ 17 mil, no RJ. Porém, funcionários notaram que o idoso não aparentava estar bem e documentaram a ação da mulher.
Em vídeo, ela pede que o idoso assine o contrato, dizendo como ele deveria fazer. "Assina para não me dar mais dor de cabeça", disse a mulher, enquanto tentava levantar a mão do idoso para que ele segurasse a caneta em vão.
O homem não conseguia sustentar o peso da própria cabeça, a boca constantemente aberta, enquanto as pessoas, que continuavam gravando, perguntavam se ele estava bem. "Ele é assim mesmo", respondeu.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e a morte do idoso foi constatada. Érika foi levada para prestar depoimento da 34ª DP.
O que diz a defesa de Érika
A advogada de Érika, Ana Carla de Souza Correa, afirma que o idoso estava vivo ao entrar no estabelecimento e que ela se encontrava em estado emocional abalado.
"É uma senhora idônea, que tem uma filha especial que precisa dela. Sempre cuidou com todo o carinho do seu Paulo. Tudo será esclarecido e acreditamos na inocência da senhora Érica", disse a defesa.
*Com informações de O Globo, UOL e Agência Brasil