SÃO PAULO

Ministério da Saúde confirma primeiro caso da nova variante Éris da covid-19 no Brasil

Cepa possui mutações que conferem maior capacidade de transmissão e de escape imune, tornando-a capaz de aumentar o número de casos mundialmente e se tornar a cepa predominante

Publicado em: 31/12/1969 21:00
Última atualização: 15/08/2024 06:23

O Brasil confirmou o primeiro caso da variante EG.5 da covid-19, uma subvariante da Ômicron, conhecida popularmente como Éris, no estado de São Paulo, segundo informações do Ministério da Saúde.

Teste Covid | Jornal NH
Teste Covid Foto: Divulgação Feevale

Conforme a pasta, a notificação veio do estado paulista na noite desta quinta-feira (17). Trata-se de uma paciente do sexo feminino, com 71 anos de idade, que reside na capital de São Paulo. Atualmente, este é o tipo mais comum no mundo todo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já registrou casos desta nova cepa em ao menos 51 países.

De acordo com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), a paciente já está curada, tendo apresentado os primeiros sintomas de febre, tosse, fadiga e dor de cabeça em 30 de julho, sendo que fez a coleta para exame laboratorial em 8 de agosto. "A informação é de que a senhora está com o esquema vacinal completo", afirma o ministério.

Apesar da confirmação, o ministério reforça que a situação permanece estável no País e afirma que monitora permanentemente o cenário epidemiológico da doença.

Conforme a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES), a paciente chegou a dar entrada em unidade hospitalar privada no dia 3 de agosto, mas teve alta médica no dia seguinte. Na quinta-feira, o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) recebeu a confirmação do primeiro caso da nova cepa EG.5, por meio do laboratório de hospital privado da capital paulista.

A secretaria estadual afirma ainda que a confirmação de variantes ocorre por meio de sequenciamento genético. "A pasta mantém o monitoramento do cenário epidemiológico em todo o território estadual. A investigação epidemiológica será realizada pela vigilância municipal", disse em nota.

"Monitoramos e avaliamos permanentemente as evidências científicas mais atuais em nível internacional e o cenário epidemiológico da Covid-19. A pasta está atenta às informações sobre novas subvariantes e mantém contato permanente com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a OMS sobre o cenário internacional", ressaltou em nota o Ministério da Saúde.

Ainda de acordo com o ministério, para evitar casos graves, a vacinação é a principal medida de proteção. "A recomendação da vacinação como principal medida de combate à Covid-19 se torna cada vez mais importante, com atualização das doses de reforço para prevenção da doença", disse em comunicado.

Desde o fim da emergência, decretado pela OMS em maio deste ano, ainda se mantém a recomendação para que os grupos de maior risco de agravamento pela doença continuem a seguir as medidas de prevenção e controle não farmacológicas, incluindo o uso de máscaras em locais fechados, mal ventilados ou aglomerações, além do isolamento de pacientes infectados com o vírus SARS-CoV-2. Ainda conforme o ministério, a recomendação também vale para pessoas com sintomas gripais.

"Também está disponível gratuitamente em toda a rede do Sistema Único de Saúde (Sus) o antiviral nirmatrelvir/ritonavir para ser utilizado no tratamento da infecção pelo vírus logo que os sintomas aparecerem e houver confirmação de teste positivo", acrescenta a pasta.

Antes da confirmação do primeiro caso no Brasil, na manhã de quinta-feira, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) já havia feito alerta sobre a variante. A SBI recomendou o uso de máscaras pela população de risco, como idosos, gestantes e imunodeprimidos, em ambientes fechados.

A cepa possui mutações que conferem maior capacidade de transmissão e de escape imune, tornando-a capaz de aumentar o número de casos mundialmente e se tornar a cepa predominante. Apesar destas características, a OMS classificou a EG.5 como de baixo risco para a saúde pública em nível global uma vez que não apresentou mudanças no padrão de gravidade de doença (hospitalização e óbitos) comparada às demais.

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